As 39 vítimas viviam em situação precária, dormiam embaixo de lonas ou árvores, sem água potável ou instalações sanitárias
O Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 39 trabalhadores em situação análoga à escravidão que atuavam na colheira da palha de carnaúba e em pedreiras no Piauí. As buscas aconteceram nos municípios de Campo Maior, Buriti dos Lopes, Castelo do Piauí, Batalha, Anísio de Abreu e Flores do Piauí.
Os resgates foram feitos pelo Grupo Móvel, que reúne representantes do MPT, auditores fiscais do Trabalho, Polícia Federal, Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal e a Polícia Rodoviária Federal.
Os agentes encontraram as vítimas em situações degradantes de trabalho. De acordo com MPT, os trabalhadores dormiam em um local sem proteção contra intempéries, embaixo de lonas ou árvores, sem instalações sanitárias, sem água potável e sem local adequado para estocagem e preparação de alimentos.
Além disso, os trabalhadores não tinham carteira de trabalho assinada.
Os empregadores foram identificados e localizados pelo o grupo de trabalho. Segundo o Grupo Móvel, houve diálogo para que ao menos fossem acertados os pagamentos das verbas rescisórias devidas aos trabalhadores.
Nas buscas foram localizados uso de pólvora para detonar as pedreiras. O cenário apresenta grande risco aos trabalhadores, podendo ocasionar graves acidentes.
“A pólvora era adquirida pelos trabalhadores e guardada em uma caixa ou sacola no barraco onde dormiam. A pólvora era comprada em supermercado (pólvora preta). Compravam de unidade, uns 4 ou 5 cartuchos. Detonavam a pólvora utilizando uma bateria. Se posicionavam a uma distância de uns 20 metros na hora da detonação”, consta em relatório.