A sessão com a decisão condenatória, realizada nesta quinta-feira (25/8), sai após três anos do assassinato do docente
Goiás – O Tribunal do Júri de Águas Lindas sentenciou Anderson Silva (foto em destaque) a 15 anos de reclusão em regime fechado pelo assassinato do professor e coordenador pedagógico Bruno Pires de Oliveira, 41, em agosto de 2019.
A decisão condenatória, determinada nessa quinta-feira (25), saiu após três anos do assassinato do docente.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), Anderson encontrou-se com o professor no estacionamento. No momento em que a vítima dirigia-se até uma moto para voltar para casa, o rapaz desferiu um único golpe de faca e fugiu. A lâmina perfurou o fígado do profissional, que tinha contrato temporário.
Bruno, então, teria corrido para a sala dos professores dizendo que ‘Anderson Grandão’ o havia atacado. De acordo com as investigações, uma professora teria saído à procura do jovem, mas não o encontrou. A vítima chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital.
O apelido “Grandão” foi usado pelo educador para se referir ao acusado, pois ele é bem mais alto do que os colegas de turma. Aos 18 anos, ele cursava o 9º ano do ensino fundamental, com alunos entre 14 e 15 anos.
À época do crime, a PCGO chegou a levantar a hipótese de que o jovem teria sofrido um surto psicótico quando atacou o docente na Escola Municipal Machado de Assis, em Águas Lindas de Goiás. De acordo com Rodrigo Mendes, delegado responsável pelo caso, Anderson “estava muito nervoso” na última aula do dia, antes do crime, apesar de, segundo o agente, não ser uma pessoa agressiva e não ter histórico de violência.
Entenda o caso – De acordo a Polícia Civil, quando Anderson saiu da última aula, uma professora teria estranhado o comportamento do rapaz. O motivo da raiva e do nervosismo, segundo os policiais, foi um burburinho que se espalhou pelo colégio de que ele seria desligado do programa Mais Educação, direcionado a alunos dos 6° e do 7° ano e focado em atividades pedagógicas e esportivas.
Mais tarde, o delegado titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), Cleber Martins, confirmou que o aluno havia sido excluído do programa escolar. De acordo com o investigador, não foi Bruno quem tirou Anderson do programa. “Foi outra professora, e eu não sei se ele pensou que a vítima tivesse interferido. O aluno vai responder, a princípio, por homicídio qualificado, com uso de meio que dificultou a defesa da vítima”, explicou.
A faca usada no crime teria sido emprestada por outro colega, ainda dentro da escola. Logo após o crime, o estudante fugiu.