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Juro bancário médio sobe para 39% ao ano em junho, maior valor em quatro anos, diz Banco Central

Alta é reflexo do aumento da taxa Selic promovido pelo Banco Central para tentar conter a inflação. No cartão de crédito, juro atinge maior patamar em quase cinco anos.

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Os juros bancários médios com recursos livres nas operações com pessoas físicas e empresas atingiram 39% ao ano em junho, informou nesta segunda-feira (29) o Banco Central.

Segundo a instituição, essa é a maior taxa desde abril de 2018, quando somou 40,6% ao ano, ou seja, em pouco mais de quatro anos. Em maio deste ano, o juro médio estava em 38% ao ano.

O juro bancário médio com recursos livres não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O aumento do juro bancário é reflexo da alta da Selic, a taxa básica de juros da economia, pelo Banco Central. Com essa medida, o BC tenta conter a disparada da inflação.

A taxa Selic passou de 2% ao ano, em janeiro de 2021, para 13,75% ao ano, em junho deste ano, o maior patamar em seis anos.

De acordo com o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas subiu de 21,9% ao ano, em em maio, para 22,6% ao ano, em junho. É o maior valor desde novembro de 2017 (23% ao ano).

Já nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 50,4% ao ano, em maio, para 51,5% ao ano, em junho, o maior nível desde junho de 2019 (52% ao ano).

Cheque especial e cartão de crédito
No cheque especial das pessoas físicas, a taxa subiu de 127,9% ao ano, em maio, para 129,2% ao ano, em junho. É a maior taxa desde abril de 2022, quando somou 132,7% ao ano.

Já nas operações com cartão de crédito rotativo, os juros bancários cobrados das pessoas físicas subiram de 368,8% ao ano, em maio, para 370,4% ao ano, em junho de 2021. Essa é a maior taxa desde agosto de 2017 (428% ao ano).

O crédito rotativo do cartão de crédito, cuja demanda em 2021 foi a maior em dez anos, pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.

Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.

Crédito bancário
O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, avançou 1,6% em junho deste ano, para R$ 4,95 trilhões.

Houve alta de 2,1% na carteira de pessoas jurídicas e aumento de 1,3% na de pessoas físicas.

No crédito para as famílias, destacou-se o cartão de crédito total (+1,2%), o crédito pessoal não consignado (+1,7%), o crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS (+1,4%) e crédito consignado para trabalhadores do setor público (+0,7%).

Em doze meses, o crescimento do volume total do crédito bancário atingiu 17,8% em junho, contra 16,9% em maio.

Para todo este ano, o Banco Central estima uma expansão de 11,9% no crédito bancário. Em 2021, impulsionado por linhas emergenciais de crédito para o combate aos efeitos da pandemia, o crédito bancário teve alta de 16,5%.

Apesar de o volume total do crédito ter subido em abril, as concessões de novos empréstimos bancários registraram pequena queda de 0,68%.

Esse foi o terceiro mês seguido de recuo do indicador. O cálculo foi feito após ajuste sazonal, uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes.