A Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), por meio da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero informou que irá acompanhar o caso da influencer trans que foi vítima de transfobia, em Alagoas, no último domingo (28), em um espaço de festas no município de Arapiraca, Agreste do estado.
A Comissão tem monitorado o caso de Rebecca, desde segunda-feira (29), quando o caso ganhou repercussão. Foi uma amiga da vítima, que presenciou toda a situação, que entrou em contato com membros do colegiado para entender como elas deveriam proceder. Na próxima quinta-feira (1º), a vítima será ouvida para busca de mais informações e cobranças das autoridades na investigação do caso.
O que aconteceu
A vítima usou as redes sociais para expor o episódio ocorrido durante o evento Miss & Mister Alagoas. Segundo o relatado, ela tentou por duas vezes ir ao banheiro feminino do local, mas foi expulsa pelas seguranças sob alegação de ter recebido tal ordem do proprietário do estabelecimento. Segundo o que ela conta, os profissionais ainda teriam filmado a vítima com um aparelho celular enquanto ela reclamava do ocorrido.
“Nunca imaginei ser tão humilhada e diminuída em um local que dissemina a diversidade e pluralidade, mas que na verdade entrega ódio e preconceito”, disse, pontuando o quanto situações assim são “traumáticas para meninas trans”.
A influencer contou também que tentou contato com a Polícia Militar, por telefone, mais de 25 vezes, mas não foi atendida.
Ver essa foto no Instagram
Na mesma data em que a vítima falará com a comissão da OAB/AL, testemunhas também serão ouvidas. Na oportunidade, os integrantes do grupo vão colher informações e formalizar os ofícios. A partir da reunião, a comissão continuará acompanhando o caso e cobrando as autoridades para que as medidas cabíveis sejam tomadas.
Marcus Vasconcelos, presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero, informou que cobrar das autoridades que todos os envolvidos sejam responsabilizados “Vamos providenciar todos os ofícios e encaminhar as solicitações necessárias para que as autoridades tenham ciência da situação. Casos como esse não podem se repetir. Precisamos, acima de tudo, reforçar que situações como essa não são toleráveis”, pontuou ele.
Posicionamentos
Também pelas redes sociais, tanto a organização do evento, quanto os proprietários do espaço de festas se manifestaram lamentando o episódio e se solidarizando com a vítima.
O espaço de festas citou que não há envolvimento direto da casa sobre o ocorrido, já que “incube ao locatário e promoverdor do evento, inclusive por disposição contratual, a responsabilidade exclusiva quanto às diretrizes e condunção do evento promovido” e segue dizendo que o espaço “não estimula ou compactua com nenhuma atitude discriminatória”.
Já a organização do evento informou que o coordenador estadual do concurso procurou pessoalmente a vítima e manifestou sua solidariedade e que os “‘profissionais’ [seguranças] não receberam da organização nenhuma orientação que os levasse a cometer tamanha intolerância” e que eles foram “contratados em caráter extraordinário para o evento”.