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OMS: “Com medidas certas, surto de monkeypox pode ser interrompido”

Embora os países das Américas enfrentem o aumento de casos diários, a curva mundial começa a cair, puxada pelo controle da doença na Europa

Tedros Adhanom/Instagram

Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A redução do número de novos diagnósticos de varíola dos macacos (monkeypox) na Europa é um indicador de que o surto pode acabar em breve caso os governos e a população se comprometam a seguir medidas eficazes, de acordo com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. A maioria dos casos se concentra atualmente nos países das Américas, que têm números crescentes de infecções.

Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (31), o líder da OMS atribuiu a desaceleração do surto em países do continente europeu, como Alemanha e Holanda, à eficácia das intervenções de saúde pública e o envolvimento da comunidade para rastrear infecções e prevenir a transmissão.

Ghebreyesus destacou a “vontade, compromisso político e a implementação das medidas de saúde pública nas comunidades”, o que inclui o compartilhamento de informação, diagnóstico, e orientações para os pacientes além da disponibilidade de vacinas.

“Esses sinais confirmam o que dizemos consistentemente desde o início: com as medidas certas, este é um surto que pode ser interrompido. E em regiões que não têm transmissão animal-humano, esse é um vírus que pode ser eliminado”, diz o diretor-geral.

“Podemos estar vivendo com a Covid-19 no futuro próximo. Mas não temos que viver com a varíola. A OMS continuará apoiando todos os países para interromper esse surto e eliminar o vírus”, afirma o líder da OMS.

A líder técnica da OMS no combate à varíola dos macacos, Rosamund Lewis, destacou ainda a importância de a população evitar o contato físico com pessoas com suspeita de varíola de macacos e o uso de preservativos durante as relações sexuais.

“O uso do preservativo é muito importante porque ainda não sabemos se o vírus é transmitido pelo sêmen. Isso também ajuda a reduzir o contato com a pele – embora não seja suficiente”, explica Rosamund.

Até essa terça-feira (30), foram registrados 50.724 casos em todo o mundo e 16 mortes, segundo dados do Our World in Data, plataforma de monitoramento ligada à Universidade de Oxford, do Reino Unido. A média semanal de novos casos caiu de 1.016,84, em 10 de agosto, para 725,29.