Diálogo é o passo mais importante, mas algumas dicas simples podem ajudar pais a monitorarem e filtrarem conteúdo usado em aplicativos, sites e jogos.
Com os jovens cada vez mais conectados à internet, é importante para os pais ensinarem seus filhos a se protegerem dos perigos de abuso e violência sexual na internet.
Nesta quinta-feira (1º), um estudante de medicina foi preso por induzir crianças a mandarem fotos nuas. Ele usava a influência que tinha em jogos online para convencer as vítimas.
Nessa reportagem, você vai ver dicas para proteger seus filhos em alguns aspectos:
o diálogo com as crianças na hora de falar sobre o uso de internet;
como ativar barreiras de segurança nos apps e jogos das crianças;
sugestões sobre o tempo de tela em cada faixa etária.
Diálogo
O passo mais importante para proteger os filhos desses perigos é estimular o diálogo.
Dessa forma, as crianças e adolescentes poderão aprender a se proteger sozinhos. O que será fundamental, já que os pais não poderão monitorar os filhos em todos os momentos.
Especializada no combate à pornografia infantil, a IWF (Fundação de Monitoramento da Internet, traduzido do inglês) dá algumas recomendações nesse sentido:
fale com sua criança sobre o abuso sexual online e escute suas preocupações;
acorde regras básicas sobre a maneira como você usa a tecnologia em família;
aprenda sobre as plataformas e apps que sua criança ama. Tenha interesse na vida online dela.
Também é importante ficar atento ao comportamento dos filhos, segundo o Guia Internet Segura Para seus Filhos, do “NIC.br”.
Atitudes como minimizar ou fechar aplicativos, trancar a porta do quarto, bloquear o celular ou tablet e ficar nervoso quando os pais estão por perto podem indicar que seus filhos estão tentando esconder algo e, possivelmente, correndo riscos.
Esse é o momento para tentar conversar e entender o que está ocorrendo. A relação de confiança é o mais importante. Converse e ouça antes de julgar, para que eles não tenham medo de relatar algum incômodo.
Como ativar controle parental
TikTok
O TikTok é o aplicativo mais usado por crianças e adolescentes no Brasil, segundo pesquisa da TIC Kids Online Brasil.
Nessa plataforma, os pais podem limitar os conteúdos vistos pelas crianças seguindo alguns passos simples nos celulares dos filhos:
abrir a aba de “Configurações”;
clicar em “Preferências de conteúdo”;
ativar o “modo restrito”, onde você poderá ativar o “Modo restrito” e filtrar palavras do aplicativo.
Ao ativar o “modo restrito”, os pais também poderão selecionar uma senha que impeça outra pessoa de mudar a configuração.
Já o WhatsApp é o aplicativo mais usado por brasileiros de todas as faixas etárias. Como no TikTok, alguns passos simples garantem mais privacidade e segurança.
Para chegar nessa área do aplicativo, abra as “Configurações”; clique em “Conta” e depois em “Privacidade”.
Nessa página, você poderá alterar uma série de configurações para deixar a conta da criança mais privada:
Visto por último;
Foto do perfil;
Recado;
Status.
Além da dicas nesses apps, um conjunto de recursos de segurança pode ser utilizado em diversos sistemas operacionais, sites e equipamentos, como roteadores e consoles de jogos. Também pode, ser instalado por meio de aplicativos pagos ou gratuitos.
Esses recursos permitem definir filtros de acordo com a classificação etária do conteúdo, restringir os sites que as crianças podem (ou não podem) acessar, os aplicativos que elas podem executar, com quem elas podem se comunicar, entre outras questões.
Apesar de ser bastante útil, o Controle Parental deve ser usado como uma proteção adicional, já que pode apresentar falhas e não estar presente em todos os dispositivos e locais onde as crianças acessam à Internet, como a escola ou a casa dos amigos.
Tempo de tela
Ao Fantástico, o analista sênior de segurança da Kaspersky Fábio Assolini sugeriu cuidados específicos sobre o tempo de tela e segurança digital de acordo com cada faixa etária.
Entre 3 e 6 anos: Nessa idade, os vídeos e jogos coloridos e com letras ajudam no desenvolvimento da criança e exercitam a memória e lógica. Mas é imprescindível monitorar de perto as ações do seu filho na internet, pois estudos indicam que crianças nesta faixa etária não devem passar mais de 30 minutos (5 a 10 minutos por vez com intervalos longos) em frente ao computador.
Entre 7 e 10 anos: As crianças nessa faixa etária começam a usar computadores para tarefas escolares. É recomendado que os pais entrem em um acordo com seu filho para definir um tempo ideal, mas que não exceda 40 ou 50 minutos por dia. De acordo com a pesquisa, as crianças brasileiras ficam aproximadamente 6h10min online por semana quando estão em casa.
Entre 11 e 13 anos: Se a criança tiver contato com redes sociais, é essencial orientar seu uso. Explique que ela não deve conversar com estranhos e que essa regra é a mesma que no mundo real — os pais também devem perguntar frequentemente o que a criança fez no dia, com quem conversou e — principalmente — mostrar interesse em ouvir o que ela tem a dizer.
É nessa interação que os pais terão a oportunidade de identificar se alguma coisa no dia da criança parece suspeito, seja na navegação online ou no mundo real.
Além disso, reforce que não se deve postar fotos ou informações como nome completo, nome da escola, endereço residencial ou dados de compra, pois isso pode colocar em risco a segurança de toda a família. Caso a criança chame um amigo para brincar com ele em casa, estabeleça a regra que os detalhes de data e endereço devem ser definidos entre os pais por telefone ou na escola.
Entre 14 e 17 anos: Restringir o tempo no computador e do uso de outros dispositivos para adolescentes com mais de 14 anos somente é possível se você mesmo estiver preparado para monitorá-lo. A melhor forma é estabelecer um conjunto comum de regras domésticas.