Mulher que mandou matar marido é condenada com pena reduzida porque sofria agressões

Franciane Ferreira de Lima, que mandou matar o marido em 2014, e Valmir Ferreira da Silva, que foi contratado para cometer o crime, foram julgados, nesta quinta-feira (1), no Tribunal do Júri da 8ª Vara Criminal de Arapiraca. Ao calcular a pena, o juiz Helestron Costa considerou o posicionamento dos jurados e os réus  foram condenados por tentativa de homicídio contra José Rogério Pacheco Moreira.

Para Franciane, o magistrado fixou a pena em 3 anos de reclusão, em regime inicial aberto. Já Valmir, foi condenado a oito anos em regime inicial fechado. Ambos os réus terão o direito de recorrer em liberdade.

Segundo as testemunhas e a própria ré, José Rogério suspeitava que a esposa mantinha uma relação extraconjugal, o que gerava brigas, ameaças e agressões físicas.

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Ao calcular a pena, o juiz Helestron Costa considerou o posicionamento dos jurados, que reconheceram a hipótese de homicídio privilegiado, por entenderem que o crime foi motivado por “relevante valor moral ou social” por parte da ré Franciane, tendo em vista que ela agiu movida pelas agressões que sofria.

Por outro lado, o magistrado ressaltou que a motivação reconhecida pelos jurados “não encontrou amparo em depoimentos diretos de testemunha”, e destacou que “a única referência feita a tais fatos, além da própria versão apresentada pela ré, advém apenas das declarações prestadas por Cladson Ferreira da Silva, que afirmou ter ouvido dela mesma, enquanto mantinham um relacionamento extraconjugal”.

A decisão aponta também a relevância das lesões sofridas por José Rogério e a possibilidade de que a ação criminosa tenha contribuído indiretamente para a morte dele, ocorrida depois de quase quatro anos.

O crime – A tentativa de homicídio ocorreu no dia 30 de junho de 2014, em Arapiraca. Consta nos autos que José Rogério chegou em sua residência e, ao abrir o portão da garagem, foi surpreendido por disparos de arma de fogo.

A investigação apontou que Franciane conversou com um pedreiro, o qual já havia prestado serviços ao casal, sugerindo o cometimento do crime, mas ele recusou e indicou o réu Valmir, que solicitou a ajuda de Danilo Albuquerque dos Santos e Pedro Cesar Borges dos Santos. Em depoimento, Valmir afirmou que a ré prometeu pagar R$ 10 mil, mas pagou apenas R$ 5.400,00, porque José não veio a óbito.

Pedro Cesar responde pelo crime em um processo separado e Danilo Albuquerque faleceu durante o andamento da ação penal.

 

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