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Apresentadora relata ter sido vítima de agressões e ofensas racistas em ônibus

Segundo Camila Lourenço, o caso ocorreu durante uma viagem na madrugada desta quarta-feira (28). Em vídeo, passageira que estava sentada na poltrona ao lado dela, acusa a apresentadora de ter escondido sua bolsa. Em nota, a Buser repudiou o ato.

Terapeuta e apresentadora Camila Lourenço relatou em suas redes sociais ter sido vítima de agressão e ofensas racistas por uma mulher. — Foto: Instagram / Cacau Mila

A terapeuta e apresentadora Camila Lourenço, conhecida como Cacau Mila relatou em suas redes sociais ter sido vítima de agressão e ofensas racistas por uma mulher.

O caso, segundo ela, ocorreu durante uma viagem na madrugada desta quarta-feira (28) em um ônibus da Buser, que saiu de São Paulo com destino ao Rio de Janeiro. Por meio de nota, a empresa repudiou o ato.

No vídeo compartilhado por Camila, é possível ver a agressora, uma outra passageira que estava sentada na poltrona ao lado dela, acusando a apresentadora de ter escondido sua bolsa.

” Sinceramente, foi difícil lidar. Tive uma crise de choro. Fiquei com medo, por tudo. Foi tudo muito rápido”, desabafou a apresentadora.

Segundo Camila, a confusão ocorreu após ela não ter percebido que havia sentado em cima da bolsa da mulher. A apresentadora afirma que, depois disso, a agressora avançou sobre ela e jogou suas roupas no chão.

“Coloquei a bolsa na poltrona ao lado e, em questão de segundos, a moça do vídeo chegou gritando, xingando, me puxou pela roupa, pelos braços, avançou em mim, jogou minhas roupas no chão”, contou.

Camila também diz ter sido vítima de ódio político por parte da agressora, que continuou proferindo xingamentos para ela depois de ver em sua roupa o adesivo do candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Ela começou dizendo que todo lulista era ladrão, abortista, safado, como vocês veem no vídeo. Nos chamou de ‘nego’, que papel higiênico tinha que ser preto e afins”.

Ao g1, Esdras De Lúcia, que também é apresentador, comentou que havia acabado de deixar a amiga no ponto de embarque, quando recebeu o pedido de ajuda: “ela me ligou falando que ela estava sendo agredida dentro do ônibus, sorte que eu estava próximo e consegui chegar o mais rápido possível”.

“Cheguei lá e ela estava com a roupa toda rasgada, a bagagem dela espalhada no meio do corredor”, contou Esdras.

O ativista negro comentou que a agressora começou a xingar ele e Camila de “macacos”.

“Eu me descontrolei e comecei a falar muitas coisas porque as pessoas no ônibus estavam caladas e não faziam nada, vendo a minha amiga sendo humilhada, vendo nós sendo humilhados”.

De acordo com as vítimas, os xingamentos seguiram até a chegada da Polícia Militar. Eles também disseram que um boletim de ocorrência foi registrado.

Após isso, Camila destacou ainda ter precisado seguir no ônibus por mais 40 minutos ao lado da agressora, até que ela mudou para o carro encaminhado pela Buser.

A apresentadora se queixa que sua mala não foi desembarcada no automóvel e, com isso, ela precisou custear o gasto para a transferência da bagagem.

“Só recuperei a mala depois que cheguei, atrasei a agenda e a empresa também não quis custear nenhum gasto pela bagagem que eles não haviam colocado no carro”.

O que diz a Buser
Por meio de nota, a Buser, plataforma de intermediação de viagens rodoviárias, disse que “repudia com veemência qualquer ato de racismo e discurso de ódio”.

A empresa ainda destacou que passageira seguiu viagem em um veículo disponibilizado pela plataforma assim que possível.

A respeito da mala de Camila, a plataforma disse que “ela será reembolsada pelas despesas com o envio de sua bagagem”.

“A Buser está acompanhando a apuração do caso pelas autoridades policiais”, completou.