Ator, de 51 anos, também falou da relação com a filha, Valentina, de 14: "Me ensina muitas coisas do mundo atual"
Luka Ribeiro, de 51 anos, foi considerado um dos atores mais bonitos de sua geração. Com novelas de sucesso no currículo como Meu Bem Querer, Suave Veneno e Ciranda de Pedra, apesar de nunca ter ficado sem trabalho, ele vê uma diminuição de papéis para artistas acima dos 50. Além de atuar, Luka também dá aulas de teatro, é dono de uma empresa de marketing digital e canta em uma banda de cover de pop e rock dos anos 80.
“Existe o etarismo, sim. É uma realidade. Está presente. É lamentável. A cada dia que pasa, a população está envelhecendo mais. O Brasil já tem um grande número de pessoas nas faixas etárias dos 70, 80 anos. É um público que consome muito novelas, séries, streaming, vai ao cinema e precisa se sentir representado”, opina Luka, que acredita ser pior ainda para as mulheres a oferta de bons personagens na fase mais madura.
“Para a mulher, ainda acho que o mercado é pior de um modo geral. Parece que a mulher quando passa dos 45 é descartada. No caso do homem, acho que um pouco menos. Venho passando por essa transição, porque surgi muito jovem na TV e mostrando o porte físico atlético, aquela coisa de garotão. Acho que em algum momento o mercado vai entender que o público quer uma identificação imediata, de representatividade”, completa.
Mas Luka ressalta que soube fazer uma boa reserva econômica quando estava no auge. “O final dos anos 90 e o começo dos anos 2000 foram muito mágicos para mim. Fiz uma série de trabalhos importantes. Na época ainda fazíamos muitos eventos também, como bailes de debutantes, futebol com artistas e carnavais fora de época. Deu para eu realmente fazer um bom pé de meia e guardar dinheiro. Posso dizer que vivo de uma forma confortável com a minha família. Mas sou um cara que preciso trabalhar e nunca parei”, pondera.
O ator usou sua boa relação no meio artístico para fazer negócio. “Tenho diversificado muito a carreira durante esses anos. Dou aula de teatro, sou sócio de uma agência de ativações de marketing, onde uso o meu conhecimento no meio para fazer a ligação do mundo corporativo com os artistas. Esse negócio está indo muito bem. Tem várias empresas nos procurando para divulgar seus negócios. Além disso, também monetizo o meu Instagram e faço alguns anúncios lá. De 2010 para cá, o digital passou a ser muito forte”, constata.
Luka também tem projeto novo no streaming. “Estou para participar do longa Dona Vitória, que é uma parceria da Globoplay com a Conspiração filmes. Tenho uma banda também, a Luka Ribeiro e os Caras, que nós tocamos os principais sucessos do pop e rock dos anos 80. Fazemos um som bem interessante para essa galera mais saudosista”, garante.
Pai de Valentina, uma adolescente de 14 anos, o ator vê na paternidade uma forma de se atualizar. “Ser pai nos dias de hoje é bem desafiador. Acho que o mundo está em transformação constante, com a rapidez das informações. Isso gerou tantas mudanças comportamentais. Tem uma questão também de acompanhar a educação da minha filha, estar do lado e instruir. Mas ser pai é uma das coisas mais incríveis e maravilhosas que poderia acontecer na minha vida. Posso falar que minha filha me ensina muitas coisas do mundo atual”, avalia.
Luka foi criado muito próximo das mulheres da sua família. “Perdi meu pai muito cedo, quando eu tinha 12 anos. A partir daí, minha mãe passou a exercer a função de pai também e nós tivemos uma relação muito próxima, de amigos mesmo. Também tive uma proximação grande com minha avó materna e minha madrinha. Acho que isso me fez ser um ser humano melhor e aprender muito sobre esse universo feminino. Sempre tive as mulheres muito presentes na minha vida”, diz.
Ao ser questionado se ele apoiaria a filha seguir os mesmos passos dele rumo à fama, ele reflete. “Já pensei bastante sobre isso. Com meu olhar de pai, acho que ela é bem carismática, tem talento para a coisa, apesar de ela não demonstrar interesse pela carreira de atriz ainda. É uma profissão espinhosa, cheia de lágrimas. As coisas mudaram completamente com as redes sociais, plataformas de streaming. É muito diferente da época em que surgi, em 1998, que era o caminho mais tradicional. Mas acho que se realmente fosse o sonho dela, eu como pai apoiaria e usaria meu conhecimento no meio para ajudá-la”, conclui.