Terceira colocada na eleição presidencial, candidata do MDB à Presidência deu a declaração durante coletiva no comitê de campanha em São Paulo. Senadora afirmou que não vai se omitir.
A candidata derrotada do MDB à Presidência, Simone Tebet, afirmou neste domingo (2) que vai aguardar manifestações dos presidentes do partido de sua aliança – MDB, PSDB, Cidadania e Podemos – para anunciar sua posição no segundo turno das eleições.
Ela acrescentou que não vai se omitir e que espera que os presidentes dos partidos se manifestem em até 48 horas.
“Quero dizer, com todo o respeito, respeito o processo eleitoral, que não terminou agora porque agora é hora dos presidentes dos nossos partidos se posicionarem e pronunciarem. Eu espero que o façam e o façam rapidamente para que depois eu possa, como candidata à presidência que fui, nesse momento tão complexo, onde nós temos, sim, que analisar os resultados da urna para que eu possa me posicionar”, afirmou a emedebista.
“A palavra agora está com os presidentes dos partidos porque, repito, sou uma política respeita o processo decisório, o processo eleitoral. Mas que, no máximo, em 48 horas vocês decidam porque eu vou me pronunciar, porque tenho uma responsabilidade junto com Mara”, completou Simone Tebet.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, Simone Tebet ficou em terceiro lugar na corrida ao Palácio do Planalto, que será decidida entre o petista – primeiro colocado no primeiro turno – e o candidato do PL à reeleição, Jair Bolsonaro – que ficou em segundo lugar.
Ciro Gomes, do PDT, ficou em quarto lugar e, pela quarta vez, sai derrotado da eleição presidencial no primeiro turno.
Senadora por Mato Grosso do Sul, Simone Tebet convocou coletiva de imprensa no comitê de campanha em São Paulo. Ela cobrou celeridade dos presidentes de MDB, PSDB e Cidadania para poder manifestar que posição adotará no segundo turno.
“Roberto [Freire], acelere a decisão do Cidadania. Peço ao MDB que faça o mesmo. E ao PSDB e Podemos que façam o mesmo. Só não esperem de mim – eu que tenho uma trajetória de vida de luta pelo país, neste país que tanto precisa de nós – omissão. Tomem logo a decisão, porque a minha está tomada. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. Só espero que vocês entendam que esse não é qualquer momento do Brasil”, declarou.
Em postagem em uma rede social, o PSDB, que indicou a senadora Mara Gabrilli como candidata a vice na chapa encabeçada por Simone Tebet, parabenizou as parlamentares pela campanha “qualificada” e “propositiva”.
“O PSDB congratula as senadoras Simone Tebet, e Mara Gabrilli, pela campanha qualificada, propositiva, que se destacou pela coragem de discutir os reais problemas da sociedade brasileira”, declarou a sigla.
Campanha
Simone Tebet começou a campanha eleitoral em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto. O Ipec, por exemplo, mostrava a emedebista com 2% em agosto.
A candidatura dela foi resultado de uma aliança entre MDB, PSDB e Cidadania. As siglas de centro tentaram apresentar a parlamentar como o nome da terceira via, um alternativa à polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro – líderes nos levantamentos.
Com o início da propaganda eleitoral, a participação em sabatinas e atos de campanha, e o bom desempenho nos debates na TV, a emedebista saltou de 2% para 5%, empatando com Ciro Gomes nas pesquisas. Neste domingo, ela superou o pedetista.
Durante a campanha, Simone Tebet disse que se fosse eleita daria transparência ao chamado “orçamento secreto”, tiraria despesas com ciência e tecnologia do teto de gastos, e criaria um programa para pagar bolsas de R$ 5 mil para estudantes que concluíssem o ensino médio.
Trajetória
Senadora eleita em 2014, Simone Tebet tem 52 anos e disputou sua primeira eleição presidencial. É natural de Três Lagoas (MS) e filha de um tradicional político do estado, Ramez Tebet, que morreu em 2006.
Formada em direito, fez carreira como professora. Entrou para a política em 2002, quando foi eleita deputada estadual. Também foi prefeita de Três Lagoas e vice-governadora do Mato Grosso do Sul. No Senado, ganhou projeção nacional com participação na CPI da Covid. Tebet é proprietária rural e já foi acusada de lutar contra direitos dos indígenas.