No primeiro dia após os resultados oficiais das eleições presidenciais de 2022, em que ficou definido que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentará o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, que ocorrerá no dia 30 de outubro, as duas campanhas passaram o dia em reuniões, em contato com outros candidatos e aliados e negociando apoios para ampliar a margem de conquista de voto.
Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializar o embate entre Lula e Bolsonaro, que tiveram 48,42% e 43,20% dos votos válidos, respectivamente, o Palácio do Planalto foi palco de uma reunião da coordenação da campanha do presidente Bolsonaro. O comitê da reeleição recebeu, por exemplo, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que disputará o segundo turno contra Fernando Haddad pelo comando do governo de São Paulo.
A ideia é afinar o discurso e colar a imagem de Bolsonaro em Tarcísio para que a dupla tenha um desempenho ainda melhor no maior colégio eleitoral do país, onde o candidato do PL teve quase 2 milhões de votos a mais que Lula. Além disso, já nas primeiras horas após o fim da apuração, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi procurado para acertar os detalhes antes do anúncio do apoio.
O Planalto espera que Zema oficialize a alianças na terça-feira, 4. O político do Novo é visto como trunfo para tentar encurtar a diferença de Lula em solo mineiro. No Estado, o petista obteve mais de 500 mil votos a mais do que o chefe do Executivo. Mais do que isso, há uma tradição: desde a redemocratização, o candidato vitorioso em Minas chega à Presidência da República.
Do lado petista, a direção do Partido dos Trabalhadores se manifestou sobre o embate que terá no segundo turno contra Bolsonaro e ressaltou que já buscou apoio do MDB, do União Brasil e do PSDB para o embate que ocorrerá no dia 30. A senadora Simone Tebet (MDB) ressaltou após a apuração das urnas eletrônicas que não permanecerá neutra, em um pronunciamento que foi bem recebido pelos coordenadores da campanha de Lula.
O apoio da parlamentar é cobiçado pela cúpula do PT, que acredita que a emedebista, que terminou o primeiro turno na terceira colocação, pode melhorar o desempenho do ex-presidente entre mulheres e líderes do agronegócio, segmento que majoritariamente está com o atual presidente da República. Por outro lado, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, encaminhou à Executiva da sigla uma nota em que manifesta a sua preferência pelo apoio à candidatura do ex-presidente.
A legenda comandada pelo ex-senador se reúne na terça-feira, 4, às 12h, para definir estratégias e os rumos do partido para a reta final do pleito. Por fim, há grande expectativa sobre o destino do PDT, de Ciro Gomes. Como a Jovem Pan mostrou, o partido fundado por Leonel Brizola antecipou a reunião da Executiva Nacional que discutirá a postura dos pedetistas no embate entre Lula e Bolsonaro.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, é um dos defensores da aliança. O acerto representaria uma reviravolta significativa, uma vez que, no decorrer da campanha, Ciro disse que não apoiaria Lula pelo fato do petista ter “se corrompido”.