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Filas diminuem e companhias aéreas afirmam que situação no Aeroporto de Congonhas foi normalizada

Problema ocorreu com avião de pequeno porte, interditou pista e interrompeu operação por mais de nove horas.

Aeroporto de Congonhas tem manhã sem filas após caos da última segunda — Foto: Reprodução/TV Globo

Passageiros enfrentam situação mais tranquila no Aeroporto de Congonhas, na manhã desta terça-feiria (11), após o caos registrado nos últimos dois dias por conta do acidente que interditou a pista e interrompeu a operação por mais de nove horas no domingo (9).

As filas diminuíram e algumas companhias aéreas afirmam que a operação já foi normalizada.

Em nota, a A LATAM afirmou que a toda a sua operação está dentro dos padrões normais nesta terça-feira (11).

“Todos os clientes impactados pelo incidente que paralisou as operações no aeroporto de São Paulo/Congonhas no último domingo (9) gerando prejuízo em toda a operação da LATAM também nesta segunda já foram assistidos e ou acomodados pela companhia.”

Às 8h, a infraero registrava:

Voos atrasados chegada: 01
Voos atrasados partida: 02
Voos cancelados partida: 02

Nesta segunda, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) defendeu, em nota, a restrição da operação de aeronaves de baixa performance no Aeroporto de Congonhas para desafogar o tráfico aéreo represado por conta do acidente de domingo e conter o efeito cascata no atraso e cancelamento de voos.

Nas redes sociais, passageiros relataram longas esperas para conseguir repostas, acomodação em novos voos ou em hotéis.

Outros usuários também afirmaram esperar mais de 12 horas para conseguir orientação das companhias aéreas.

Juizado fechado
Também nesta segunda, uma resolução do Conselho Superior da Magistratura suspendendo os juizados especiais que funcionavam dentro dos aeroportos de Cumbica e Guarulhos, em São Paulo.

Os juizados foram criados em 2007 e eram órgãos do poder judiciário para atender passageiros que enfrentavam problemas com as companhias aéreas e buscavam uma conciliação.

Eles atendiam reclamações sobre overbooking, atrasos e cancelamentos de viagens, extravio e violação de bagagens, entre outras demandas.

Os dois postos já estavam fechados desde o começo da pandemia.

Aeronave retirada da pista
A aeronave de pequeno porte foi retirada da pista por volta das 22h. Ela foi removida por um caminhão e deslocada para uma pista lateral.

Segundo a Infraero, ninguém ficou ferido. O pneu do trem traseiro do avião estourou na hora do pouso. A aeronave transportava dois tripulantes e três passageiros, e estava com a documentação regular.

Um vídeo registrou o momento do acidente.

Com a interdição da pista por horas, e mais de 200 voos foram cancelados nos últimos dias.

A pista foi liberada para pousos e decolagens às 22h18, e o aeroporto, que fecha durante a madrugada, ficou aberto até 1h, excepcionalmente.

O Aeroporto de Congonhas é o segundo com maior tráfego de passageiros do país e tem a rota mais movimentada do Brasil, que é a ponte-aérea com o Rio de Janeiro, de acordo com a Anac.

Demora para retirar avião
Informações iniciais indicam que a demora para a retirada da aeronave ocorreu porque não havia equipamento para remoção da aeronave. Questionada sobre a demora, a Infraero respondeu que era necessária uma “prancha para remoção”.

Investigação
Investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), localizado em São Paulo(SP), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foram acionados para fazer a investigação do acidente envolvendo o avião matrícula PP-MIX.

“Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realizam a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo de investigação”, diz nota do órgão.

Áudio que circula em grupos de pilotos indica que o pneu estourou no momento do pouso porque houve uma tesoura de vento (mudança brusca de direção e velocidade do vento em uma curta distância, resultando em efeitos cortantes ou descendentes) e falha no freio.

Em vídeo que mostra a pista no momento do acidente, o controle do tráfego aéreo fala que vai mudar a direção dos pousos. É uma troca corriqueira, segundo especialistas, e indica que o vento estava impactando a operação.