Paulo Dantas classificou como “encenação”, a ação da Polícia Federal (PF), que culminou em seu afastomento do Governo de Alagoas e afirmou que trata-se de uma tentativa de “dar um golpe” em sua candidatura à reeleição para “favorecer o candidato de Arthur Lira, Rodrigo Cunha”.
Dantas se manifestou, através de nota, no final da tarde desta terça-feira, 11, enviada por sua Assessoria de Comunicação.
A nota diz ainda que esta é uma “tentativa de criar alarde perto da confirmação da vitória”, tendo em vista que “estamos a três semanas do segundo turno e estando com 20 pontos de vantagem”, diz um trecho da nota.
Afirmou também que os alagoanos não se deixarão enganar por “uma fake news travestida de oficialidade”.
A coligação do partido de Dantas, MDB e outros sete partidos também emitiram nota na tarde desta terça afirmando que “nenhuma trama vai impedir a vontade do povo”. O texto trata o afastamento como um atentado contra a democracia em Alagoas e no Brasil e diz que a ação de uma ala da PF revela fortes indícios “da tentativa de criar um fato político com o interesse de prejudicar a eleição de Paulo Dantas”.
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Confira as duas notas na íntegra:
NOTA DO GOVERNADOR PAULO DANTAS
Revela-se grotesca a ‘ação’ – na verdade, ‘encenação’ – de uma ala da Polícia Federal, que permitiu ser aparelhada para atender interesses político-eleitorais, tentando dar um golpe na minha candidatura à reeleição de governador de Alagoas para favorecer o candidato de Arthur Lira, Rodrigo Cunha.
Sob pretexto de investigar acusações de 2017, essa parte da PF pediu à Justiça o meu afastamento do cargo, a três semanas do 2º turno, e estando com 20 pontos de vantagem.
A tentativa de criar alarde perto da confirmação da vitória é fácil de ser desconstruída: foi anunciada por adversários, evidenciando a manipulação da operação policial. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, por exemplo, já havia ameaçado, na véspera do 1º turno, revelar no 2º turno detalhes da operação, que seria sigilosa.
Aos que acham que os alagoanos são manipuláveis por uma fake news travestida de oficialidade, a nossa campanha avisa: nosso povo não se rende a enganações e sabe muito bem a origem das mentiras. O recurso judicial será firme, e vamos seguir rumo à vitória.
NOTA MDB, PT, PC do B, PV, PDT, PSC , PODEMOS e SOLIDARIEDADE
Nenhuma trama vai impedir a vontade do povo
O dia 11 de outubro de 2022 ficará marcado na história brasileira como o maior ataque feito contra um governador legitimamente eleito, vencedor do primeiro turno com ampla vantagem e líder absoluto nas pesquisas. Sob o comando de Arthur Lira, um segmento da Polícia Federal realizou hoje uma operação que atenta contra a democracia em Alagoas e no Brasil. A ação suspeita, realizada a menos de três semanas do segundo turno e que remonta a fatos ocorridos em 2017, culminou com o afastamento do governador Paulo Dantas e soa como uma tentativa indireta de cassação de um mandato para favorecer o candidato Rodrigo Cunha.
A vontade soberana do povo alagoano deu uma vitória de mais de 708 mil votos ao governador Paulo Dantas, uma diferença superior a 300 mil votos em relação ao candidato de Arthur Lira. O segundo turno não está sendo diferente, temos mais de 60% da intenção de votos em Alagoas. O que os últimos fatos indicam é uma tentativa de vencer a disputa na base do golpe, já que as urnas revelaram outra coisa.
Vamos ao enredo dos fatos. Em maio deste ano, a troca de superintendentes na Polícia Federal em Alagoas virou notícia nacional pela participação direta de Arthur Lira na indicação da nova delegada. Em julho, Alfredo Gaspar, aliado de Lira, usou suas redes sociais para anunciar uma operação que prenderia o prefeito de Rio Largo Gilberto Gonçalves, que conseguiu escapar pelo apoio externo de Lira.
No dia 1º de outubro, a 24h da eleição, o próprio presidente da Câmara volta a cometer abuso de poder ao ameaçar revelar os detalhes da até então desconhecida Operação Edema, chegando a ironizar que o tema mudaria os rumos do segundo turno, já elevando a suspeita de que, mais uma vez, planejava manipular a eleição de Alagoas.
A mesma ala da PF já havia sinalizado perseguição aos adversários políticos de Lira. Policiais federais abordaram de forma ilegítima o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas Marcelo Victor no restaurante de um movimentado hotel em Maceió. Chama a atenção que o agora bolsonarista e prefeito de Maceió, JHC, o seu pai João Caldas e o delegado federal licenciado André Santos (que é funcionário da Prefeitura de Maceió) estavam no mesmo local no momento em que a PF armava a cena.
Tudo isso aponta para fortes indícios da tentativa de criar um fato político com o interesse de prejudicar a eleição de Paulo Dantas ainda no primeiro turno. Não conseguiram. Tal sequência de abusos de autoridade fez com que o presidente do MDB em Alagoas, senador Renan Calheiros, pedisse que os fatos fossem investigados no TSE.
Alagoas e o Brasil têm consciência do momento atual, onde delegados da PF que investigam familiares e aliados de Bolsonaro são exonerados ou afastados. O uso político do aparato policial é tão claro e evidente que a operação espetaculosa acontece dois dias antes da anunciada presença de Lula em um ato de campanha em Maceió.
Por fim, garantimos que estamos tranquilos e de cabeça erguida. O povo abraçou nossa candidatura, que foi vitoriosa em 83 cidades alagoanas, e sabe que com Paulo Dantas nada vai parar. Esta armação não vai impedir nosso projeto de desenvolvimento para Alagoas. Vivemos momentos de exceção, mas estamos certos que a vontade popular vai prevalecer.