Brasil

Irmãos terão que devolver R$ 2 mi após armar casamento falso com idoso para receber pensão vitalícia

Sede da Justiça Federal em Palmas — Foto: Cassiano Rolim

Dois irmãos foram condenados pela Justiça Federal por armar um casamento falso para receberem uma pensão vitalícia de R$ 25 mil por mês. O prejuízo aos cofres públicos ultrapassa o valor de R$ 2 milhões.

Foi verificado durante o processo que a mulher foi convencida pelo próprio irmão a se casar com um homem idoso que era servidor público e amigo da família. O casamento aconteceu em 2013.

Segundo o Ministério Público Federal, o servidor e os dois irmãos se conheciam há muito tempo, mas testemunhas relataram que não existia relação marital entre a jovem e idoso.

O casamento aconteceu pouco antes de o idoso passar por uma cirurgia, considerada de risco devido à idade avançada. De acordo com o MPF, ele aceitou se casar com a jovem porque tinha um sentimento fraternal por ela e em caso de morte seria sua única herdeira, recebendo a pensão vitalícia.

Poucos dias após o casamento o servidor passou pela cirurgia e nem chegou a ser acompanhado pela nova esposa. Ele teve complicações, voltou a ser internado e acabou morrendo.

Durante o processo o juiz entendeu que o matrimônio existiu apenas para beneficiar a dupla em prejuízo ao erário público. Os irmãos foram condenados a dois anos de detenção e multa, mas as penas foram substituídas pelo pagamento de multas.

A sentença também determinou a anulação da pensão por morte e que os irmãos devolvam mais de R$ 2 milhões que tinham recebido indevidamente.