Uma coletiva de imprensa realizada no início da tarde desta quinta-feira (3) esclareceu detalhes sobre a operação que aconteceu de forma simultânea nos estados de Alagoas (Maceió e Arapiraca) e Bahia (Salvador e Lauro de Freitas) e resultou no cumprimento de cinco mandados contra suspeitos de participar de esquema de rifas ilegais nos dois estados. Outras quatro pessoas suspeitas de participação do esquema ainda estão sendo investigadas e não tiveram mandado de prisão expedido.
Em Alagoas, foram expedidos cinco mandados de prisão e quatro deles foram cumpridos nas cidades de Maceió e Arapiraca. Três irmãos e um quarto envolvido foram presos durante a ação policial, enquanto o quinto indivíduo segue foragido. Também foram expedidos dois mandados contra um casal, acusado do mesmo crime, no estado da Bahia. Os suspeitos estão negociando sua apresentação à polícia judiciária daquele estado.
Os presos devem responder pelos crimes de fraude, exploração de jogo de azar, falsidade ideológica e, caso seja confirmada a participação de testas de ferro, que supostamente recebiam um valor para declarar que haviam sido sorteados durante as rifas, também podem ser enquadrados no crime de estelionato.
De acordo com as informações divulgadas pela Polícia Civil de Alagoas, as investigações ocorreram nos últimos seis meses e a polícia acredita que a organização criminosa estaria atuando há pelo menos um ano e meio realizando rifas e sorteios ilegais por meio de seis perfis em uma rede social.
As investigações tiveram início após algumas pessoas que participavam da rifa acharem estranho de um mesmo bem ser leiloado duas vezes e também premiações para pessoas próximas aos organizadores do sorteio. Foram registrados Boletins de Ocorrência, que levaram a polícia a investigar o caso.
João Urtiga/Alagoas 24 Horas
Saldo da operação
Durante as ações policiais, foram apreendidos 23 carros, um caminhão, 26 motocicletas, três pistolas, um revólver, além de R$ 122 mil que estaria distribuído entre as residências, escritórios e salas comerciais dos suspeitos. A PC ainda não consegue mensurar a quantia movimentada no esquema, no entanto, foi pedido um bloqueio judicial de R$ 65 milhões.
Segundo detalhes, o grupo criminoso chegava a rifar 11 carros em um único sorteio, com valores adquiridos que poderia chegar a cerca de R$ 1 milhão por cada veículo. Os sorteios eram realizados nacionalmente, duas vezes por semana.
Durante as investigações, a polícia judiciária alagoana encaminhou ofícios ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Receita Federal e Ministério da Economia solicitando as informações necessárias para concluir se, de fato, os bens rifados estariam dentro da legalidade. Contudo, a PC já tem a informação de que os veículos não estavam autorizados para serem rifados, uma vez que não eram recolhidos os impostos devidos.
As investigações prosseguem pelos próximos 30 dias, quando deverá ser concluído o inquérito. A polícia não descarta o indiciamento de outros suspeitos.