Brasil

MPF apura se houve ação política da PRF em bloqueios ilegais e antidemocráticos de rodovias

Em entrevista à GloboNews, procurador Frederico Paiva informou que atuação da PRF, 'pelo menos nas primeiras horas', não buscou desfazer os bloqueios. Ministério Público vai ouvir o diretor da corporação.

O procurador Frederico Paiva, da Procuradoria da República do Distrito Federal (PRDF), afirmou que o Ministério Público Federal (MPF) investiga se houve “motivação política” em eventual omissão da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nos bloqueios ilegais e antidemocráticos em rodovias.

Os bloqueios ocorreram na semana passada e foram promovidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro após ele ter perdido as eleições.

“Em relação a PRF, o que a gente questiona é a suposta falta de ação logo após o resultado eleitoral, quando começaram esses bloqueios em rodovias federais. A gente quer saber se por trás dessa omissão da PRF, omissão pelo menos nas primeiras horas, primeiro dia de bloqueio, ela tem alguma motivação política. Essa é uma das vertentes da investigação”, afirmou Paiva.

O procurador também afirmou que há indícios de que os atos ilegais nas estradas contaram com planejamento e estrutura financeira por trás.

“Tinham cobertura por trás. Ninguém abre mão de trabalhar por todo esse tempo se não há cobertura financeira por trás” , disse.

O MPF pediu para a Polícia Federal para abrir inquérito sobre a atuação do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques. Ele será ouvido na investigação.

“A gente nota esse silêncio, a gente acredita que uma postura mais firme e mais efetiva facilitaria que as pessoas não ocupassem as vias. A gente tem como diligência intimá-lo para que ele preste depoimento sobre vários pontos e situações que necessitam de mais esclarecimento. Todo esse silêncio dele me parece que não é a melhor estratégia”, completou o procurador.