Brasil

Mãe autista reencontra bebê desaparecido que foi levado para abrigo no Rio

Karolaine Nascimento Neves deu à luz a Anna Beatriz Neves Machado no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), na Zona Norte do Rio, há um mês. O recém-nascido foi entregue a um abrigo sem consentimento da família, após decisão judicial.

Arquivo Pessoal

Karolaine Nascimento e a filha, a pequena Anna Beatriz Neves

A dona de casa Karolaine Nascimento Neves, de 28 anos, que é autista e deu à luz a Anna Beatriz Neves Machado, há 1 mês, no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB)conseguiu rever a criança após 4 dias nesta segunda-feira (14)O bebê havia sido entregue a um abrigo da Prefeitura do Rio na sexta-feira, após uma decisão judicial. A família não consentiu a entrega e contesta a decisão.

O reencontro aconteceu em um abrigo público e foi proporcionado pela direção do local. A criança só foi achada após o g1 publicar uma reportagem contando sobre o desaparecimento do bebê.

“Estamos muito felizes com o encontro. Vi a minha sobrinha que está abrigada sem a nossa vontade. A menina do espaço de acolhimento me deu todos os documentos para eu ir na Vara da Infância e Juventude. Ela também comentou que nem precisava da minha sobrinha ser retirada da gente, porque ela estava muito bem cuidada. Foi um erro do hospital”, contou vendedora Vanessa do Nascimento Neves, irmã e tutora de Karolaine.

 

Nesta semana, Vanessa vai recorrer à Justiça do Rio para ter a guarda da pequena.

O caso

Familiares de Karoline denunciaram que o bebê que ela havia dado à luz há cerca de um mês, no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), foi entregue para um abrigo sem o conhecimento dos parentes.

A bebê Anna Beatriz Neves Machado, que nasceu no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) — Foto: Foto: Arquivo Pessoal

Em nota, a direção do HFB disse que a direção do HFB informou que o pai do bebê foi comunicado da decisão judicial de que a criança seria entregue ao Conselho Tutelar; a família nega esta informação. A medida foi tomada após um relatório do Conselho Tutelar, enviado à 2ª Vara da Infância e Juventude.

O Tribunal de Justiça alegou que a “mãe não tinha condições, segundo o laudo psicológico do hospital, de assumir sozinha os cuidados de sua filha”, e que a criança pode ser devolvida à família se algum responsável se apresentar.

Os parentes de Karoline dizem que a decisão da Vara da Infância e Juventude da capital, que determinou a entrega da criança ao abrigo sem comunicar os responsáveis pela guarda da criança, ignorou a capacidade da própria família de cuidar da bebê.

Com a divulgação do caso, os responsáveis pelo abrigo para onde a criança foi levada entraram em contato com os parentes de Anna Beatriz e marcaram um encontro.

g1 entrou em contato com o Conselho Tutelar, que informou por telefone “que não vai se manifestar sobre o caso, que está sob sigilo”.