Justiça

Caso Rhaniel: mãe, padrasto e tio são levados a júri popular nesta quarta (16)

Acontece nesta quarta-feira (16), o júri popular de Ana Patrícia da Silva Laurentino, Vítor de Oliveira Serafim e Wagner de Oliveira Serafim, mãe, padrasto e irmão do padrasto do menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva, de 10 anos, morto em maio de 2021, no bairro do Clima Bom, em Maceió.

Os três réus, pronunciados para o júri em maio deste ano, respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver.  O júri será conduzido pelo juiz José Braga Neto e ocorre no Fórum da Capital, no Barro Duro. O inquérito alega que, ao que tudo indica, os réus agiram de forma articulada tanto no cometimento do crime, quanto para atrapalhar as investigações, combinando versões e tentando mudar o foco das investigações. 

Divulgação

Rhaniel Pedro

O crime

O menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva, de apenas 10 anos, desapareceu na manhã do dia 12 de maio de 2021, no Clima Bom, e foi encontrado morto nas primeiras horas da manhã do dia seguinte, no mesmo bairro. De acordo com a versão da mãe, o menino teria saído de casa para ir ao reforço escolar, mas nunca chegou à residência da professora.

Quando, supostamente, se deu conta da ausência, a família iniciou apelos nas redes sociais e junto a veículos de comunicação, mas a busca terminou de forma trágica. O menino foi encontrado em meio a entulhos, enrolado em um lençol, na rua Doutor Murilo Cardoso Santana. Inicialmente o delegado Fábio Costa, um dos responsáveis pela investigação, disse à imprensa que acreditava que Rhaniel teria sido morto em outro local.

A expectativa da polícia era encontrar indícios do crime a partir de imagens de câmeras de videomonitoramento instaladas na região, mas o equipamento existente no local não estava em funcionamento.

À época, a Perícia Oficial de Alagoas divulgou que a causa da morte do menor foi asfixia por aspiração de sangue, em decorrência de ferimentos provocados por instrumento contundente. Durante o exame de necropsia, foram constatadas lesões na região craniana e na face da vítima. A análise cadavérica encontrou ainda hematomas na região do tórax e no interior da boca, a qual teria provocado a asfixia que gerou a morte da criança.

Em junho daquele ano um mecânico de 45 anos, foi preso suspeito de estupro de vulnerável, no bairro Clima Bom, após denúncias. As vítimas possuem idade entre 6 e 12 anos e residem no mesmo bairro. A polícia cogitou a possibilidade de Rhaniel ter sido uma de suas vítimas, o que foi descartado posteriormente.

No mesmo mês o padrasto do menino foi preso suspeito de estuprar a prima de Rhaniel, uma menina de 12 anos.

Em seguida, as investigações apontaram que o crime ocorreu na madrugada do dia 12 de maio, quando estavam na residência a mãe do menor, Patrícia, e os irmãos Oliveira. O corpo teria sido desovado no dia 13 de maio, quando foi achado.

A polícia também afirma que o material genético dos dois homens foi encontrado na cueca do menor, o que indica que ambos vestiram o garoto. A criança ainda apresentava lacerações no ânus e teria sofrido violência sexual com um objeto não determinado.

Para a polícia judiciária, a criança vivia em um ambiente violento, sendo alvo de agressões por parte da mãe. Segundo o delegado Bruno Emílio, titular do inquérito, no celular da mãe do menor foram encontradas mais de 70 buscas na internet sobre crimes contra menores, como homicídios e violência sexual.

Mesmo sem ter confissão de nenhum dos envolvidos, a Polícia afirma não ter dúvida da participação de todos os envolvidos a partir das provas técnicas obtidas e enviadas à justiça.

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