Justiça

Caso Rhaniel: julgamento é adiado após promotor testar positivo para covid

Caio Loureiro/TJAL

Juiz Braga Neto adia julgamento

O juiz José Braga Neto adiou o julgamento dos três suspeitos de matar o menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva, 10 anos, crime ocorrido em maio de 2021, no bairro do Clima Bom, na capital alagoana. Seriam julgados nesta quarta, 16, Ana Patrícia da Silva Laurentino, Vítor de Oliveira Serafim e Wagner de Oliveira Serafim, respectivamente mãe, padrasto e irmão do menor. A mãe do menino nega participação no crime.

O adiamento se deu após o promotor e o defensor público que atuariam no júri testarem positivo para a covid-19. Uma nova data deve ser marcada. Sete testemunhas foram arroladas pela defesa e acusação. Os réus irão responder pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. O júri foi remarcado para 2 de dezembro.

A investigação apontou que os réus agiram de forma articulada tanto no cometimento do crime, quanto para atrapalhar as investigações, combinando versões e tentando mudar o foco das investigações.

O crime

O menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva, de apenas 10 anos, desapareceu na manhã do dia 12 de maio de 2021, no Clima Bom, e foi encontrado morto nas primeiras horas da manhã do dia seguinte, no mesmo bairro. De acordo com a versão da mãe, o menino teria saído de casa para ir ao reforço escolar, mas nunca chegou à residência da professora.

Quando, supostamente, se deu conta da ausência, a família iniciou apelos nas redes sociais e junto a veículos de comunicação, mas a busca terminou de forma trágica. O menino foi encontrado em meio a entulhos, enrolado em um lençol, na rua Doutor Murilo Cardoso Santana. Inicialmente o delegado Fábio Costa, um dos responsáveis pela investigação, disse à imprensa que acreditava que Rhaniel teria sido morto em outro local.

A expectativa da polícia era encontrar indícios do crime a partir de imagens de câmeras de videomonitoramento instaladas na região, mas o equipamento existente no local não estava em funcionamento.

À época, a Perícia Oficial de Alagoas divulgou que a causa da morte do menor foi asfixia por aspiração de sangue, em decorrência de ferimentos provocados por instrumento contundente. Durante o exame de necropsia, foram constatadas lesões na região craniana e na face da vítima. A análise cadavérica encontrou ainda hematomas na região do tórax e no interior da boca, a qual teria provocado a asfixia que gerou a morte da criança.

Em junho daquele ano um mecânico de 45 anos, foi preso suspeito de estupro de vulnerável, no bairro Clima Bom, após denúncias. As vítimas possuem idade entre 6 e 12 anos e residem no mesmo bairro. A polícia cogitou a possibilidade de Rhaniel ter sido uma de suas vítimas, o que foi descartado posteriormente.

Padrasto e mãe do menino, na época de negaram autoria do crime

No mesmo mês o padrasto do menino foi preso suspeito de estuprar a prima de Rhaniel, uma menina de 12 anos.

A polícia também afirma que o material genético dos dois homens foi encontrado na cueca do menor, o que indica que ambos vestiram o garoto. A criança ainda apresentava lacerações no ânus e teria sofrido violência sexual com um objeto não determinado.

Para a polícia judiciária, a criança vivia em um ambiente violento, sendo alvo de agressões por parte da mãe. Segundo o delegado Bruno Emílio, titular do inquérito, no celular da mãe do menor foram encontradas mais de 70 buscas na internet sobre crimes contra menores, como homicídios e violência sexual.

Mesmo sem ter confissão de nenhum dos envolvidos, a Polícia afirma não ter dúvida da participação de todos os envolvidos a partir das provas técnicas obtidas e enviadas à justiça.

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