A Justiça alagoana determinou a realização de reprodução simulada da abordagem policial que deixou o empresário Marcelo Barbosa Leite, de 31 anos, ferido com um tiro de fuzil, na AL-220, em Arapiraca, na madrugada dessa segunda-feira (14). A decisão é do juiz Rômulo Vasconcelos de Albuquerque e foi publicada na última quarta-feira (16).
O juiz estipulou ainda um prazo de 20 dias para que a simulação fosse realizada pelo Instituto de Criminalística (IC). Além disso, concedeu liberdade provisória para Marcelo, que foi indiciado por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, e mesmo internado em estado grave, chegou a ser preso.
A Justiça determinou ainda que os militares envolvidos sejam identificados e as armas de fogo deles sejam apreendidas e periciadas. Também devem ser submetidos à perícia, as viaturas da Polícia e o veículo da vítima.
No documento, o juiz pede ainda que o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), onde Marcelo está internado, apresente, no prazo de cinco dias, o prontuário médico do paciente.
Comissão irá investigar o caso – A Polícia Civil instituiu uma comissão de delegados, composta por Filipe Ferreira Rodrigues Caldas, Sidney Walston Tenório de Araújo e Cayo Rodrigues Silva, para investigar o caso.
A portaria foi publicada no Diário Oficial do estado (DOE), desta quinta-feira (17), assinada pelo delegado-geral, Gustavo Xavier e passa a valer a partir de sua publicação.
O caso – Marcelo Barbosa Leite, de 31 anos, foi atingido por um tiro de fuzil nas costas durante uma abordagem da Polícia Militar, na cidade de Arapiraca, na madrugada do dia 14 de novembro.
De acordo com o auto de prisão em flagrante, o empresário transitava no seu veículo Creta pela AL 220, quando ultrapassou uma viatura do 3º BPM, saltando um quebra-mola. Os militares, então, teriam iniciado uma perseguição e, na versão da PM, o empresário sacou uma arma de fogo, provocando a reação dos militares. Ainda segundo o flagrante, um revólver calibre 38, com numeração suprimida, foi encontrado no carro.
A família questiona a versão dada pela PM e pede que as circunstâncias sejam apuradas. Eles alegam ainda que Marcelo não tinha arma de fogo. Além do tiro que atingiu o empresário, outros dois disparos atingiram a lataria do veículo.
Mesmo internado, o empresário chegou a ser preso por, supostamente, atirar contra os militares do 3º BPM e por porte ilegal de arma de fogo.
A família alega também que a arma de fogo que supostamente pertence a Marcelo não foi acondicionada de forma correta, comprometendo a cadeia de custódia da prova prejudicando a perícia técnica a ser realizada para auferir possíveis impressões digitais. Aém disso, segundo o advogado de defesa, Vitor Oliveira, o local do fato não foi preservado, uma vez que o veículo retirado e a arma acondicionada de forma irregular.
O Alagoas 24horas entrou em contato com a Polícia Militar e aguarda um posicionamento.
Paciente em estado grave – De acordo com a família do empresário, o estado de sáude dele é gravissímo e ele segue precisando de doações de sangue.
O Alagoas 24horas entrou em contato com a Assessoria de Comunicação do Hospital para obter mais detalher sobre o quadro médico do paciente, mas ainda não recebeu retorno.