Gaúcho e paranaense estavam em Santa Catarina para um encontro anual de neonazismo. O g1 não localizou a defesa dos presos.
Dois dos presos por integrar uma celula neonazista interestadual em Santa Catarina já tinham antecedentes criminais. Segundo a Polícia Civil, um deles atacou um grupo de judeus e foi condenado por tentativa de homicídio, já o segundo é condenado por duplo homicídio e usava tornozeleira eletrônica no momento da prisão. O g1 SC não localizou os advogados da dupla até a última atualização desta matéria.
A prisão aconteceu na segunda-feira (14) em uma operação sigilosa da Polícia Civil em São Pedro de Alcântara. Segundo a polícia, em um sítio na cidade ocorria uma reunião anual da célula neonazista que foi rastreada pela investigação. No local, foram presos os dois homens com ficha criminal e outras seis pessoas que estavam no local.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados, mas a apuração do g1 apurou que entre os presos estão Laureano Vieira Toscani, do Rio Grande do Sul, e João Guilherme Correa, do Paraná.
Laureano é analista de TI e tem quase duas décadas de participação em grupos extremistas. Ele foi condenado a 13 anos de prisão em regime fechado após espancar, junto com outros homens, três pessoas que usavam quipás – pequeno chapéu usado por judeus.
Em 2009, Laureano foi preso por outra tentativa de homicídio motivada por racismo. Ele estava em um grupo que esfaqueou um segurança. O caso ainda não foi julgado e, segundo o advogado de defesa Jabs Paim Bandeira, o réu foi preso por engano na ocasião, durante uma confusão entre outros envolvidos e o segurança.
Laureano está em regime aberto, mas é monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele usava o equipamento no momento da prisão.
João Guilherme Correa é personal trainer no Paraná, tem acusações pela participação em um duplo homicídio que vitimou um casal em 2009, na região metropolitana de Curitiba.
Dos seis integrantes que estavam com a dupla em um sítio na cidade três são gaúchos, um é mineiro, outro é catarinense e há ainda um português que vive no Brasil.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que também acompanha o caso por meio de uma promotoria especializada no estado, o grupo age com forte exaltação à ideologia fascista e apologia ao nazismo. Detidos em flagrante, eles tiveram a prisão convertida em preventiva e respondem por associação criminosa e racismo.
De acordo com as investigações, os criminosos teriam escolhido o município catarinense por ser a primeira colônia alemã do estado, instalada em 1829. No sítio, foram encontradas revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de grupos supremacistas.
É crime
A lei número 7.716/1989 define os crimes resultantes de preconceito. No parágrafo primeiro do artigo 20, ela aborda o nazismo.
Está escrito que é crime “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.