Interior

“Toinho Pescador”, maior defensor do Rio São Francisco, morre em Penedo

O poeta Antônio Gomes dos Santos, conhecido popularmente como “Toinho Pescador”, que tem uma longa história de luta em defesa do Velho Chico e dos pescadores e pescadoras artesanais, morreu nesta quinta-feira, 24 de novembro, em Penedo, cidade pela qual era apaixonado.

Reprodução

O corpo do penedense está sendo velado na Colônia dos Pescadores Z-12, no bairro Santo Antônio

O corpo do penedense está sendo velado na Colônia dos Pescadores Z-12, no bairro Santo Antônio, conhecido historicamente como Barro Vermelho, e o sepultamento acontecerá às 15h30 no Cemitério São Gonçalo do Amarante.

Poeta e pescador, Toinho teve uma participação importante na construção do Conselho Pastoral dos Pescadores, quando colaborou com Frei Alfredo Schnuettgen, OFM, fundador do CPP, na divulgação e consolidação do trabalho da pastoral. Durante a década de 80, em conjunto com outros pescadores artesanais, o pescador poeta também esteve à frente da luta pela inserção de direitos previdenciários para os pescadores artesanais na Constituição de 1988.

Em 2007, Toinho ganhou o prêmio Muriqui, do Conselho Nacional da Biosfera da Mata Atlântica, outorgado a pessoas e entidades por suas atividades em defesa da biodiversidade e conhecimento científico da Mata Atlântica. Seu Toinho já foi presidente da Federação dos Pescadores de Alagoas e membro do Movimento Nacional dos Pescadores (MONAPE).

Pescador artesanal desde os 12 anos, aprendeu o ofício com o pai Manuel Gomes dos Santos. Quando Manuel faleceu restou ao filho a missão de assumir o comando da família. Por precisar trabalhar desde cedo, deixou a escola quando cursava o quarto ano do primário. Mesmo não tendo concluído o ensino primário, logo ficou conhecido através de seus poemas. O poeta pescador agora é o personagem do livro “Toinho Pescador – um poeta de Penedo”, lançado no dia 12 de dezembro, na Marina Pública de Penedo.

A biografia escrita por Maria de Fátima Pereira de Sá e pelo próprio Toinho Pescador, traz informações sobre a vida do pescador, suas lutas em defesa do meio ambiente, em especial do Velho Chico, e percepções do quê e de como as coisas mudaram com o passar dos anos.

A publicação ainda traz trechos da obra lírica do poeta que já publicou alguns livros de poesia. “Reuni ali informações de sua atuação como líder da categoria, tanto em relatos pessoais (que ele escreveu) quanto em publicações (impressas ou da internet) a que tive acesso. Ali estão informações da sua formação: como nasceu, onde estudou, como se tornou pescador (orientado pelo seu pai), obstáculos enfrentados desde a infância (pela condição de classe social e cor), sua formação como cidadão a partir das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica, a “descoberta” da Bíblia enquanto “holofote” que ilumina as ideias e mostra as realidades, a influência da Pastoral dos Pescadores e o seu ativismo ambiental”, relatou a autora Maria de Fátima, á época.

Para saber como adquirir um exemplar do livro entre em contato com o telefone (61) 9 7100-2809 – Fátima Pereira.