Teve início nesta segunda (12) o julgamento de Vítor de Oliveira, Wagner de Oliveira Serafim e Ana Patrícia da Silva Laurentino, acusados de matar o menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva, 10 anos, crime ocorrido em maio de 2021, no bairro do Clima Bom, na capital alagoana.
O julgamento deveria ter ocorrido no dia 2 de dezembro, mas foi adiado após o promotor, defensor público e advogado de defesa testarem positivo para covid-19. Sete testemunhas deverão ser ouvidas e a previsão é de que o júri se encerre apenas no final da noite.
Os depoimentos foram iniciados com uma vizinha de Ana Patrícia, que ajudou a mãe de Rhaniel Pedro a imprimir cartazes com a foto da criança, até então considerada desaparecida. A vizinha afirmou, ainda, que Ana Patrícia se recusou a atender as ligações do pai biológico do menino, que reside em Pernambuco.
Os réus irão responder pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. A investigação apontou que os réus agiram de forma articulada tanto no cometimento do crime, quanto para atrapalhar as investigações, combinando versões e tentando mudar o foco das investigações.
O CRIME
O menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva, de apenas 10 anos, desapareceu na manhã do dia 12 de maio de 2021, no Clima Bom, e foi encontrado morto nas primeiras horas da manhã do dia seguinte, no mesmo bairro. De acordo com a versão da mãe, o menino teria saído de casa para ir ao reforço escolar, mas nunca chegou à residência da professora.
Quando, supostamente, se deu conta da ausência, a família iniciou apelos nas redes sociais e junto a veículos de comunicação, mas a busca terminou de forma trágica. O menino foi encontrado em meio a entulhos, enrolado em um lençol, na rua Doutor Murilo Cardoso Santana. Inicialmente o delegado Fábio Costa, um dos responsáveis pela investigação, disse à imprensa que acreditava que Rhaniel teria sido morto em outro local.
À época, a Perícia Oficial de Alagoas divulgou que a causa da morte do menor foi asfixia por aspiração de sangue, em decorrência de ferimentos provocados por instrumento contundente. Durante o exame de necropsia, foram constatadas lesões na região craniana e na face da vítima. A análise cadavérica encontrou ainda hematomas na região do tórax e no interior da boca, a qual teria provocado a asfixia que gerou a morte da criança.
Em junho daquele ano um mecânico de 45 anos, foi preso suspeito de estupro de vulnerável, no bairro Clima Bom, após denúncias. As vítimas possuem idade entre 6 e 12 anos e residem no mesmo bairro. A polícia cogitou a possibilidade de Rhaniel ter sido uma de suas vítimas, o que foi descartado posteriormente.
Em seguida, as investigações apontaram que o crime ocorreu na madrugada do dia 12 de maio, quando estavam na residência a mãe do menor, Patrícia, e os irmãos Oliveira. O corpo teria sido desovado no dia 13 de maio, quando foi achado.
A polícia também afirma que o material genético dos dois homens foi encontrado na cueca do menor, o que indica que ambos vestiram o garoto. A criança ainda apresentava lacerações no ânus e teria sofrido violência sexual com um objeto não determinado.
Para a polícia judiciária, a criança vivia em um ambiente violento, sendo alvo de agressões por parte da mãe. Segundo o delegado Bruno Emílio, titular do inquérito, no celular da mãe do menor foram encontradas mais de 70 buscas na internet sobre crimes contra menores, como homicídios e violência sexual.
Mesmo sem ter confissão de nenhum dos envolvidos, a Polícia afirma não ter dúvida da participação de todos os envolvidos a partir das provas técnicas obtidas e enviadas à justiça.
RELEMBRE O CASO
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