Em novos episódios de série documental com o casal na Netflix, o príncipe aponta que funcionários do Palácio de Buckingham trabalharam junto com a mídia para produzir notícias negativas sobre o casal.
O príncipe Harry e sua mulher, a ex-atriz Meghan Markle, voltaram a fazer críticas à família real e ao tratamento da mídia dado a Meghan na segunda parte do documentário “Harry & Meghan”. Os três últimos episódios foram lançados nesta quinta-feira (15).
Neles, Harry acusa seus assessores de ajudar a mídia em ataques conta a esposa, e culpa a publicação “Mail on Sunday” pelo aborto espontâneo sofrido por Meghan em julho de 2020.
O príncipe também relata uma reunião de crise com a presença da rainha Elizabeth II, em que seu irmão, o príncipe William, teria gritado com ele. Foi a partir deste encontro que Harry decide se afastar de seus deveres com a família real.
1. Harry acusa seus assessores de fazer parte de ataques da mídia.
Nos três primeiros episódios da série, lançados na semana passada, Harry e Meghan lançaram ataques ferozes à mídia sobre o tratamento que receberam, alguns dos quais disseram ter sido racista. Neste primeiro momento, no entanto, a realeza em si saiu praticamente ilesa.
Já nos três episódios finais, disponíveis nesta quinta, houve mais críticas aos parentes de Harry e seus assessores, acusados não apenas de não evitar a cobertura negativa da imprensa, mas de incentivá-la ativamente.
“Já estava claro para a mídia que o palácio não iria proteger Meghan. Quando isso aconteceu, as porteiras se abriram”, disse Harry.
Uma das cenas dos novos capítulos mostra o casal também conversando sobre um ex-assessor sênior do príncipe William, herdeiro do trono e irmão mais velho de Harry. O funcionário forneceu evidências em uma ação legal que Meghan moveu contra o jornal “Mail on Sunday”, que publicou em fevereiro de 2019 uma carta que ela escreveu seu pai, Thomas Markle, com quem tem uma relação distante.
“É seu irmão. Não vou dizer nada sobre seu irmão, mas é tão óbvio”, disse Meghan.
Em seu depoimento, o ex-assessor, Jason Knauf, sugeriu que Meghan sabia na época que a carta poderia vazar.
“É por isso que agora estou morando em um país diferente, porque todas as equipes de comunicação basicamente tentam superar umas às outras”, disse Harry. “Mas este é o contrato, a relação simbiótica entre as duas instituições trabalhando”.
A Netflix incluiu uma declaração de um representante de Knauf, que disse que as alegações eram “totalmente falsas”.
2. Harry diz que William gritou com ele durante reunião de crise
Em outro trecho, Harry fala sobre a reunião de Sandringham, em janeiro de 2020. Era uma reunião de cúpula de crise, com a rainha Elizabeth II presente, que definiria os planos do casal de renunciar aos deveres reais. Meghan não havia sido convidada.
Segundo Harry, ele tinha cinco opções, incluindo os extremos: continuar com os deveres ou sair em definitivo.
Harry diz que na reunião, tinha optado pela terceira via, a de que eles pudessem ter seus empregos, mas continuasse apoiando a rainha na Commonwealth, enquanto moravam no Canadá. “Mas ficou claro”, disse ele. “Essa opção não estava em debate.”
“Foi muito assustador ter meu irmão gritando comigo e meu pai dizendo coisas que eram simplesmente falsas, e minha avó sentada em silêncio e meio que absorvendo tudo.”
Depois da reunião, uma declaração conjunta foi emitida em contestação uma reportagem de primeira página sobre a relação entre os irmãos. O comunicado dizia que as informações eram falsas, ofensivas e potencialmente prejudiciais.
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No documentário, Harry diz que a declaração foi feita, usando o nome dele, para intimidar o casal. “Eu não conseguia acreditar. Ninguém me perguntou sobre colocar meu nome na declaração. Liguei para Meghan e contei”, disse.
“Ela começou a chorar porque quatro horas antes eles estavam felizes em mentir e proteger meu irmão, e ainda por três anos eles nunca estiveram dispostos a dizer a verdade para nos proteger”, disse. “Não havia outra opção neste momento. Eu disse: ‘Precisamos sair daqui.'”
3. Harry culpa o tabloide “Mail on Sunday” pelo aborto espontâneo sofrido por Meghan
No último episódio, o príncipe Harry culpou o “Mail on Sunday” pelo aborto espontâneo sofrido pela mulher, no ano passado, quando moravam nos Estados Unidos, após o nascimento do primeiro filho do casal.
Meghan e Harry já estavam processando o jornal pela publicação da carta de Meghan ao seu pai, Thomas.
Ao falar sobre o assunto, Harry diz: “Acredito que minha esposa sofreu um aborto espontâneo por causa do que o Mail fez. Eu assisti a coisa toda. Agora, sabemos absolutamente que o aborto foi causado por isso? Claro que não.”
“Mas tendo em mente o estresse que causou, a falta de sono e o momento da gravidez – quantas semanas ela estava – posso dizer pelo que vi, que o aborto foi criado pelo que eles estavam tentando fazer com ela.”
Meghan também comentou sobre o episódio delicado pelo qual passou.
“Quando eu revelo coisas que são momentos de vulnerabilidade, quando se trata de ter um aborto espontâneo e talvez ter sentido vergonha disso, tipo, tudo bem, você é humano, tudo bem falar sobre isso”, diz.
“E eu poderia escolher nunca falar sobre essas coisas, ou poderia escolher dizer com todo o mal que vem com isso, o bom é poder ajudar outras pessoas. Esse é o objetivo da vida, certo, é a conexão e a comunidade assim.”
Meghan revelou ter sofrido um aborto espontâneo em um artigo para o “The New York Times” publicado em novembro de 2020.
Os episódios foram lançados poucas horas antes de o rei Charles III e sua esposa, a rainha consorte Camilla, além de William e a esposa Kate comparecerem a uma cerimônia natalina na Abadia de Westminster, em Londres, para “reconhecer os esforços altruístas de indivíduos, famílias e comunidades em todo o Reino Unido”.