A jovem de 28 anos que teria cortado os pulsos para denunciar uma suposta agressão do marido retirou a queixa contra o homem na Polícia Civil, em Goiânia. Advogada dela, que também faz a defesa do suspeito, disse que a mulher tem doenças que podem levar à paranoia e que estava em um “possível surto”. A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Goiás (OAB-GO) apura a atuação da advogada.
O caso aconteceu no dia 3 de janeiro. No dia, Ariston Alves Meira Filho, de 56 anos, tinha sido preso em flagrante após tentar, inclusive, levar a mulher embora à força do hospital. No dia seguinte, ele foi solto após uma audiência de custódia, que decretou medidas protetivas para a vítima.
Segundo a advogada, a mulher compareceu à delegacia na última sexta-feira (6) e retirou a queixa contra o marido. Ela ainda pediu a extinção das medidas protetivas que tinham sido decretadas pela Justiça para a proteção dela.
A advogada compartilhou com o g1 um laudo médico que relata que a jovem faz acompanhamento psiquiátrico devido a doenças que podem levar à alterações de humor, depressão, irritabilidade, paranoia, insônia.
Ao g1, a delegada Priscila Souza Silva Ribeiro, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), informou que, apesar da retirada da representação da vítima contra o suspeito, o homem foi indiciado, na segunda-feira (9), pelo crime de vias e fato, por ter dado um empurrão contra a mulher.
“Não tinha só o crime de ameaça, tinha também agressão física, porque ele deu um empurrão nela. Com relação a esse crime, não cabe à vítima dizer se representa contra ele ou não. Por isso, ele foi indiciado por vias de fato e eu encaminhei o processo ao judiciário”, contou.
No dia do ocorrido, após cortar o pulso e ser levada para atendimento médico, a mulher teria contato a um dos enfermeiros que já estava cansada de sofrer durante os 10 meses que estava ao lado de Ariston, por isso, teria tomado a atitude, para que ele a levasse ao hospital ou a deixasse morrer.
“Momento em que Ariston ficou na parte de fora, ela pediu socorro ao enfermeiro e a equipe médica alegando que estava em cárcere privado e sofrendo violência. E que o único meio que arrumou foi cortar o pulso para conseguir socorro médico e pedir ajuda, pois já não aguentava mais a situação”, descreve a ocorrência da PM.