Suspeita de bancar uma das caravanas que trouxeram bolsonaristas para as invasões golpistas em Brasília no domingo (8/1), a empresária Aparecida Solange Zanini tenta se desvencilhar da pecha de financiadora do golpe e jura que a intenção da viagem não era invadir as sedes dos Três Poderes.
Solange organizou um ônibus que saiu de Três Lagoas (MS) na sexta-feira (6/1). Ela alega, porém, que não financiou sozinha a viagem.
“Só fiz uma lista do pessoal e entreguei para o menino do ônibus. Alguém viu quanto era, e fizeram uma vaquinha. Cada um pagou o seu”, disse a empresária, em conversa com a coluna por telefone.
A coluna insistiu em saber quanto custou a viagem entre Três Lagoas e Brasília. Solange desconversou. A empresária disse não saber o valor e repetiu que ela apenas informou o nome das pessoas interessadas na caravana.
“A intenção era passear em Brasília”, alegou.
Em seguida, a ligação caiu. A coluna tentou contato novamente com Solange por telefone e mensagens de Whatsapp, mas não obteve mais retorno. O nome da empresária consta na lista feita pela Advocacia-Geral da União (AGU) com 52 pessoas e sete empresas suspeitas de financiar as caranavas golpistas.
Antes de viajar a Brasília, Solange permaneceu os últimos meses acampanhada com outros bolsonaristas em frente ao quartel do Exército de Três Lagoas. Apoiadora de Jair Bolsonaro, ela defendeu nas redes sociais que houve fraude nas eleições presidenciais de 2022.
Para levar os colegas de quartel a Brasília, Solange contratou a empresa Jocar Turismo, de Mirandópolis, no interior de São Paulo. Funcionários da empresa confirmaram à coluna que Solange foi a organizadora principal da caravana que levou os golpistas de Três Lagoas à capital federal.
Ônibus apreendido
Um dos funcionários da Jocar Turismo relatou à coluna que o ônibus locado por Solange foi apreendido na estrada durante o retorno a Três Lagoas. Segundo esse funcionário, o dono da empresa já teria sido chamado para prestar depoimento à Polícia Federal.