O jornalista americano radicado no Brasil Glenn Greenwald reagiu com ênfase às últimas sanções nas redes sociais realizadas por determinação de Alexandre de Moraes, ministro do STF. Poucas horas após a decisão de Moraes, Greenwald entrevistou em seu canal na plataforma Rumble o podcaster Monark, uma das personalidades que tiveram perfis retidos na internet — o deputado federal Nikolas Ferreira e a influenciadora digital Bárbara Destefani, do canal Te Atualizei, também foram punidos.
O jornalista também usou outra plataforma na internet, o Twitter, para dar sua opinião sobre o sistema judicial brasileiro. “O regime de censura no Brasil está crescendo rapidamente, praticamente diariamente agora. Acabamos de obter uma ordem de censura que é genuinamente chocante, instruindo várias plataformas de mídia social a remover imediatamente vários políticos e comentaristas proeminentes”, disse Glenn. O bilionário sul-africano Elon Musk, que comprou recentemente o Twitter, interagiu com o comunicador: “Isso é extremamente preocupante”.
Tanto Glenn Greenwald quanto Musk defendem que a liberdade de expressão deve ser irrestrita. Identificado com a esquerda no Brasil e casado com um político do PDT (o ex-deputado federal David Miranda), o jornalista esteve no centro das atenções quando liderou o Intercept durante a série de reportagens que ficou conhecida como Vaza Jato. Greenwald e sua equipe tiveram acessos a conversas do Telegram entre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato.
O STF decidiu que Moro agiu com parcialidade nas ações contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um episódio fundamental na trajetória do petista rumo ao seu terceiro mandato presidencial. Por outro lado, Greenwald já declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sofre censura nas redes sociais e hoje é um dos mais notórios críticos de Alexandre de Moraes.