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Grávida morre após monitor cardíaco de ambulância cair na cabeça dela em MG; ‘precisam responder pelo erro’, diz pai

Kamily Pricila, de 20 anos, estava sendo transportada de Sacramento para Uberaba após ter passado mal. Prefeitura informou que abriu um procedimento investigativo para apurar o caso.

g1

Kamily Pricila, de 20 anos, morreu após ser atingida por um monitor cardíaco em ambulância

Uma paciente gestante, que era transportada em uma ambulância da Prefeitura de Sacramento, morreu depois que um monitor cardíaco caiu na cabeça dela no caminho para um hospital em Uberaba. Um procedimento investigativo foi aberto pelo Município nesta segunda-feira (16) para apurar as causas do acidente, que ocorreu na última terça (10).

A vítima era Kamily Pricila Fernandes de Oliveira, de 20 anos, que estava grávida de sete meses e meio. O g1 conversou com o pai de Kamily, que declarou que a filha foi vítima de negligência.

Monitor era preso por um velcro

Ao g1, o médico Marcelo Sivieri, designado pela Prefeitura para acompanhar o processo de investigação, informou pelo telefone que o monitor caiu na cabeça dela depois que o motorista precisou fazer uma manobra brusca.

“O equipamento é preso com um velcro, que se soltou com a manobra. Me disseram que uma enfermeira ainda tentou amortecer a queda do objeto, mas não conseguiu”, relatou.

Após o acidente, o motorista completou o trajeto até o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM). A jovem chegou à unidade ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já o bebê foi salvo e passa bem.

Ainda segundo o médico, Kamily sofria de pré-eclampsia, uma condição que acomete gestantes e provoca pressão arterial alta e, em casos mais graves, convulsões.

À TV Integração, o secretário de Saúde de Sacramento, Reginaldo Afonso dos Santos, confirmou que o processo administrativo foi aberto nesta segunda para apurar o que ocorreu dentro da ambulância no momento do acidente.

“Foi negligência”, diz pai

Segundo o pai de Kamily, Marcelo Antônio de Oliveira, o avô da jovem faleceu na noite do dia 9 de janeiro. Abalada pela perda, a gestante passou mal e foi levada para a Santa Casa de Misericórdia de Sacramento.

No mesmo dia, de acordo com Marcelo, ela recebeu atendimento médico e foi liberada para voltar para casa.

“No meu entender, ela deveria ter sido transferida desde o início, porque desde o começo da gravidez já sabiam que era de risco”, declarou.

No dia seguinte, Kamily foi até um posto de saúde para apresentar alguns exames. Na unidade, ela voltou a passar mal e foi levada de ambulância para a Santa Casa.

Após algum tempo, a jovem piorou, teve convulsões e precisou ser transferida para o HC-UFTM. Conforme o pai, ninguém da família conseguiu acompanhá-la na ambulância, e ele foi até Uberaba de carro.

Kamily Pricila ao lado do pai, Marcelo — Foto: Arquivo da família

Marcelo contou que aguardou várias horas na unidade, até ser informado por uma médica que o prontuário apontava que a jovem havia sido atingida por um objeto na cabeça. No mesmo dia, ela passou por uma cirurgia de cesariana para a retirada do bebê.

Já na quinta (12), Kamily teve morte cerebral constatada pelos médicos. A família autorizou a doação de seis órgãos dela para outros pacientes.

“Pensei que, já que estava perdendo uma vida, vou pelo menos poder salvar outras seis”, disse o pai.

Marcelo disse ainda que aguarda a retirada de documentos para definir se vai registrar um boletim de ocorrência sobre o caso.

“Eles erraram, e precisam responder pelo erro”, completou