Integrantes do Partido Liberal (PL) buscam assegurar espaços na direção do Senado junto ao atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), caso a sigla perca a eleição interna ao comando do Senado.
O partido tem como candidato o senador eleito de primeiro mandato e ex-ministro do Desenvolvimento Regional de Jair Bolsonaro (PL), Rogério Marinho (PL-RN).
O ex-líder do governo Bolsonaro no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), deve se reunir com Pacheco nos próximos dias. A reunião estava prevista para esta terça-feira (17), mas acabou adiada a pedido do senador do PL.
A intenção de Portinho é esclarecer junto a Pacheco quais serão os critérios adotados para a escolha dos novos ocupantes dos cargos na Mesa Diretora e nas comissões do Senado.
Tradicionalmente, são levados em consideração critérios de proporcionalidade nessas escolhas (ou seja, as maiores bancadas têm direito aos melhores cargos). No entanto, o PL quer saber se haverá a possibilidade de definir os cargos por meio de acordos que não sigam o tamanho das bancadas.
Para o PL, seria favorável que os critérios de proporcionalidade fossem seguidos, uma vez que o partido contará com a maior bancada no Senado a partir de 1º de fevereiro. Caso contrário, a tendência é que os partidos disputem os cargos entre si.
Se o PL não conseguir assegurar a presidência do Senado a partir do critério da proporcionalidade, o partido se prepara para formar um bloco forte que permita negociações a fim de vencer a concorrência.
Integrantes do PL afirmam conversar com a maioria dos partidos, mas estão focados no PP e no Republicanos. União Brasil e Podemos também estão no radar, mas num cenário mais difícil, atualmente.
No entendimento de integrantes do PL, não seguir a proporcionalidade ainda é ruim por permitir acordos que envolvam promessas ao mesmo posto para mais de um partido, como aconteceu na eleição de Rodrigo Pacheco, em 2021. Na época, foi oferecida tanto ao PSD quanto ao MDB a indicação para a primeira vice-presidência, que acabou ficando com o último.
Antes da eleição de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), no caso da direção do Senado, as escolhas se davam seguindo a proporcionalidade dos partidos, o que significa que a legenda com mais senadores costumava indicar o nome para ser presidente do Senado. Foi assim, por exemplo, desde a redemocratização.
Desde o fim da ditadura, o MDB, que manteve por anos a maior bancada do Senado, praticamente monopolizou as eleições pela presidência da Casa.
Já no caso das comissões, a divisão é feita normalmente a partir da proporção dos blocos formados pelas bancadas.