Gleice Kelly Silva, de 24 anos, chegou por volta das 10h30 à 41ª DP (Tanque) para prestar um novo depoimento. O Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá não teve representantes ouvidos na investigação.
A mulher que foi a um hospital do Rio para dar à luz e saiu com a mão amputada foi prestar um novo depoimento à Polícia Civil nesta segunda-feira (23).
Gleice Kelly Silva, de 24 anos, chegou por volta das 10h30 à 41ª DP (Tanque). Ela voltou a lamentar a falta de amparo no hospital.
“Eu não fui para a maternidade do nada. Eles agendaram minha internação ali. Se eles sabiam que poderia acontecer um risco desse, por que eles me mandaram para essa maternidade?”, indagou.
“Faltam muitos esclarecimentos da parte deles. Eu fui a vítima. Eu fui para o hospital que eles me deram de referência”, destacou.
Gleice, no entanto, diz que está se recuperando. “Eu estou me adaptando melhor, com o acolhimento da minha família. Eu tinha medo dos olhares na rua, porque tem gente que te olha com pena: ‘Ai, coitada.’ Eu não sou coitada, eu tenho vida, eu estou aqui”, disse.
Segundo Gleice, o Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá ainda não deu informações sobre a complicação.
Até o momento, nenhum representante da unidade foi ouvido. Há a expectativa do depoimento de um representante do hospital para terça-feira (24).
Gleice, inicialmente, não quis revelar sua identidade. Depois, resolveu mostrar o rosto e fazer a denúncia, que está sendo acompanhada também pelo Ministério Público.
A mãe, Kelly, cobra que o hospital e a polícia expliquem o que aconteceu com sua filha:
“O que a gente espera é respostas, sobre o que levou a essa amputação. O que ocasionou? Quais foram esses remédios que botaram pela veia? A gente precisa de resposta, e até agora nós não temos”, afirmou Kelly.
Em nota, o hospital afirmou que “o parto ocorreu sem intercorrência, mas que por questões anômalas a qualquer ocorrência médica, houve um problema no parto”.
A unidade alegou ainda que, por ter tido múltiplos partos, “inclusive com algumas complicações, o que aumenta risco de hemorragia pós-parto, além de diabete gestacional”.
O hospital disse ainda que as decisões priorizavam salvar a vida da paciente, e que afastou a liderança da unidade de saúde.
Para a mãe, a impressão é que a filha seria culpada pelo que aconteceu. “Ela é a vítima”.