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Chacina do DF: advogado da família diz que crime foi motivado por disputas de terra

O advogado da família da cabelereira Elizamar da Silva, que foi morta em uma chacina no Distrito Federal, disse, na noite desta quarta-feira (25), que o crime foi motivado por uma disputa de terras entre os suspeitos e duas das vítimas. Elizamar e outras nove pessoas da mesma família foram assassinadas em um caso que chocou o estado no começo do mês.

Segundo João Darc’s, o delegado responsável pela investigação conclui, com base nos depoimentos dos suspeitos, que a motivação do crime foram as terras em Planaltina, no DF, onde Marcos Antônio Lopes de Oliveira e Renata Juliene Belchior, sogros de Elizamar, moravam.

O advogado afirmou, inclusive, que essas terras foram objeto de uma ação que a família ganhou, mas que os criminosos tentavam tomar.

“As demais informações correm sob sigilo e o delgado deve falar tão logo conclua o inquérito. Mas, a verdadeira e principal motivação do crime eram as terras”, pontuou.

Darc’s comentou, ainda, que a polícia já tem elementos suficientes para oferecer denúncia ao Ministério Público do Distrito Federal e ao Judiciário contra os suspeitos pelas mortes.

As vítimas da chacina

Ao todo, 10 pessoas da mesma família foram mortas. Todos os corpos foram encontrados e identificados. As vítimas são:

  1. Elizamar Silva, de 39 anos: cabeleireira;
  2. Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos: marido de Elizamar Silva;
  3. Rafael da Silva, de 6 anos: filho de Elizamar e Thiago;
  4. Rafaela da Silva, de 6 anos: filha de Elizamar e Thiago;
  5. Gabriel da Silva, de 7 anos: filho de Elizamar e Thiago;
  6. Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos: pai de Thiago e sogro de Elizamar;
  7. Cláudia Regina Marques de Oliveira, de 54 anos: ex-mulher de Marcos Antônio;
  8. Renata Juliene Belchior, de 52 anos: mãe de Thiago e sogra de Elizamar;
  9. Gabriela Belchior, de 25 anos: irmã de Thiago e cunhada de Elizamar;
  10. Ana Beatriz Marques de Oliveira, de 19 anos: filha de Cláudia e Marcos Antônio.

O que aconteceu com Elizamar e sua família?

A cabelereira Elizamar da Silva e seus três filhos pequenos, frutos do casamento com Thiago Belchior, desapareceram em 12 de janeiro. Já no dia seguinte, o carro da mulher foi encontrado carbonizado com quatro corpos dentro, na região de Cristalina (GO), próximo ao DF.

Poucos dias depois, familiares relataram o sumiço do marido de Elizamar e de outros três familiares. Haviam desaparecido os pais de Thiago – Marcos Antônio e Renata -, além de uma irmã dele, Gabriela Belchior.

Assim como o carro de Elizamar, o veículo de Marcos Antônio também foi encontrado queimado, com dois corpos dentro. Depois disso, também foi reportado à polícia o desaparecimento de Claudia Regina Marques de Oliveira e Ana Beatriz Marques de Oliveira, respectivamente ex-mulher e filha de Marcos Antônio.

Naquele momento, com base no depoimento de um dos suspeitos pelo crime, a polícia acreditava que Thiago e Marcos Antônio eram os responsáveis por arquitetar os assassinatos e fugir. No entanto, a hipótese perdeu força quando um corpo masculino foi encontrado esquartejado próximo a uma casa em Planaltina, que foi usada como cativeiro para algumas das vítimas.

A polícia identificou o corpo como sendo de Marcos Antônio e passou a considerar que o sogro e o marido de Elizamar também foram vítimas.

Os corpos encontrados carbonizados no carro de Elizamar foram identificados como sendo da cabelereira e de seus três filhos. Já no carro de Marcos Antônio, os corpos eram de Renata e Gabriela.

As últimas três vítimas foram encontradas na madrugada de terça-feira (24), em uma cisterna próxima a casa que foi feita de cativeiro. Os corpos, que tinham sinais de violência, eram de Thiago, Regina e Ana Beatriz.

A investigação

Quatro suspeitos já foram presos por envolvimento no desaparecimento da família: Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Fabrício Silva Canhedo e Carlomam dos Santos Nogueira.

O primeiro trabalhava com Marcos Antônio, sogro de Elizamar e pai de Thiago. O delegado do caso afirma que o suspeito foi encontrado com as mãos queimadas.

O segundo confessou o crime à polícia e disse, ainda, que os assassinatos foram encomendados por Thiago e Marcos Antônio. O terceiro foi preso depois disso. Já Carlomam, que se entregou à polícia nesta quarta-feira, conhecia as vítimas e pelo menos um dos outros suspeitos, segundo as investigações.

A principal tese, agora, é de que a chacina tenha sido motivada pela disputa de terras e por dinheiro. Todos os suspeitos moravam próximos ao sogro da cabelereira e sabiam que a família tinha recebido quantias de dinheiro recentemente.

Um adolescente de 17 anos também foi detido, mas já foi liberado, após confessar à Polícia Militar que recebeu R$ 2 mil de outros suspeitos para “ajudar os outros comparsas a praticar o crime”. Ele também disse que esteve no cativeiro onde as vítimas estiveram.

As investigações ocorrem na 6ª Delegacia de Polícia, do Paranoá, sob comando do delegado Ricardo Viana.