Polícia

Sargento condenado por matar irmãos com deficiência é expulso da PM

Além dos dois irmãos, o militar também matou um pedreiro de 46 anos, em suposta abordagem policial

Arquivo Pessoal

Irmãos foram assassinados em abordagem policial

O sargento da Polícia Militar Johnerson Simões Marcelino, condenado e preso pelo assassinato dos irmãos Josenildo e Josivaldo Ferreira Aleixo e do pedreiro Reinaldo da Silva Ferreira durante uma abordagem em 2016, no Conjunto Village Campestre, foi expulso da corporação.

A decisão foi publicação no Boletim Geral Ostensivo da Polícia Militar de Alagoas (BGO), dessa terça-feira (31). “Licenciar, ex officio, a bem da disciplina e da moralidade da Administração Pública, das fileiras da Polícia Militar (…) em razão de atos que afetam o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor policial militar e o decoro da classe”, diz um trecho da publicação.

O caso – A guarnição do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM) estava em serviço no dia 25 de março de 2016, no Conjunto Village Campestre, parte alta da cidade, quando abordou os dois irmãos em um ponto de ônibus e realizou disparos contra eles e acabou atingindo o pedreiro, os levando a morte.

O inquérito aponta que os irmãos, que conviviam com retardo mental em graus leve e moderado, voltavam da casa da madrinha quando foram abordados. Ainda segundo o documento, um dos jovens não estava compreendendo a intervenção dos policiais contra seu irmão e reagiu aos militares com tapas.

Neste momento, o então cabo Johnerson Simões, que estava encostado na viatura, fez vários disparos contra os jovens, atingindo fatalmente os irmãos, além do pedreiro, e uma quarta vítima que teve ferimentos leves.

Após os disparos, o militar, alegando ir socorrer os jovens, percorreu um trajeto mais longo e efetuou paradas sem justificativa com a viatura. Por fim, o militar ainda apresentou à delegacia armas que, posteriormente, se comprovou não pertencer aos irmãos.

Na época, família dos irmãos saiu em defesa dos meninos e pediu o esclarecimento dos fatos, o que provocou a realização de uma reconstituição, que robusteceu a denúncia do Ministério Público.

A única testemunha presencial contou – durante audiência de instrução – que as vítimas não estavam armadas e que foram agredidas fisicamente durante a revista. Na época, os policiais militares, que participaram da ação, foram indiciados e afastados das ruas, mas apenas um deles foi preso e responde pelos homicídios. Os demais respondem apenas por fraude processual.

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