Futebol

Ex-Flamengo vai na contramão, isenta Vítor Pereira de culpa e diz o que pesou mais na derrota no Mundial

Na última terça-feira (7), o Flamengo foi derrotado por 3 a 2 pelo Al Hilal, em Tanger, no Marrocos, e caiu ainda na semifinal do Mundial de Clubes. Após eliminação, muitos rubro-negros atribuíram o fracasso logo na estreia da competição ao técnico Vítor Pereira, entre outros motivos por conta das substituições que fez durante a partida.

Indo na contramão, um ex-jogador do clube isentou o técnico português de culpa por conta da queda precoce no Mundial e disse qual, na sua opinião, foi o verdadeiro motivo para a eliminação.

Com passagem pela Gávea em 2002, o ex-meia-atacante Hugo afirmou que, na verdade, a parte física foi o que pesou para o Rubro-Negro no Marrocos. E um dos motivos para isso teria sido o longo período de férias que os atletas tiveram entre a temporada 2022 e a atual.

“Eu acho que a maneira como foi conduzido o Flamengo para a competição. Acho que foi muito tempo descansando, os jogadores passaram muito tempo de férias. Acho que o descanso desses atletas seria jogando, o Flamengo chegaria muito mais pronto. Em relação ao time não tem muito o que falar. Time formado por vários craques, que se entendem, já conquistaram muito. Acho que o grande pecado nessa competição foi o tempo de descanso. A Liga Árabe é do mesmo formato do europeu, termina no meio do ano, os caras estão no meio de competição, estão voando. Pegou o Flamengo em início de temporada e jogando pouco e com mais descanso, atropelaram. O Flamengo acho que sentiu por isso”, começou por dizer.

“Claro, quando as coisas não dão certo, vão falar que a mexida do treinador é errada. Se o cara que ele bota vai lá e faz um gol, o cara é o melhor do mundo. Isso fica muito vago. Eu acho que (o Vítor Pereira) não interferiu. O que aconteceu no passado, nas conquistas, é que o Flamengo não perdeu jogadores no final, não teve jogadores lesionados nas finais, e isso faz toda a diferença para uma conquista. Tanto que, mesmo com um a menos, o Flamengo fez o 3 a 2 e ainda teve uma bola do jogo no escanteio para empatar”, prosseguiu.

Apesar de não considerar Vítor Pereira “culpado” pela queda para o Al Hilal, Hugo fez um alerta ao técnico português, que também foi derrotado na decisão da Supercopa do Brasil para o Palmeiras e, no fim do mês, disputa a Recopa Sul-Americana contra o Independiente Del Valle-EQU, sobre o risco de demissão no Rubro-Negro e citou até Dorival Jr., ex-comandante do time.

“Se tratando de Flamengo tudo pode acontecer. A exigência é muito grande, a cobrança é diária, ele corre risco, sim (de demissão). Tanto que o trabalho do Dorivaj Jr. estava muito bom, e acredito que ele possa até retornar”, disse.

“Eu acho que não só pelas conquistas, o Dorival Jr. arrumou o time. O time estava desorganizado quando chegou, o português (Paulo Sousa) deixou o time bem à deriva, ele conseguiu organizar e conquistar dois títulos. A saída do Dorival foi uma decisão interna, eu não estou lá diariamente, quem sou eu para julgar, mas eu acho que o time sentiu a saída do treinador.”

‘Não foi soberba’

Hugo também comentou sobre o ambiente que cercou o Flamengo antes da viagem para o Marrocos, incluindo uma música entoada pelos jogadores rubro-negros cutucando o Real Madrid, até então o adversário que os cariocas desejavam enfrentar na decisão do Mundial. Porém, para o ex-jogador, não houve soberba por parte dos rubro-negros.

“Não foi soberba, acho que o Flamengo perdeu na parte física mesmo. Pelos jogadores que o Flamengo tem, fazer o que fez até chegar ao Mundial, eu acho que foi mesmo essa parte final, antes da viagem, eles jogaram muito pouco, treinaram pouco”, disse.

“Foi o conjunto, foi mesmo parte física. Tecnicamente, o Flamengo sobra. A parte física que fez muita diferença nesse jogo”, prosseguiu.

“Quando o Flamengo adquirir o ritmo, ainda mais jogadores de meio-campo, o Gerson está retornando agora, tem que se readaptar ao futebol brasileiro. Tanto que o Flamengo foi campeão com esses jogadores. Saiu o (Willian) Arão e agora o João (Gomes), mas o Arão não era jogador de pegada, mas o Flamengo, com ritmo, eles mantinham muito a posse de bola”, finalizou.