Menino, de 9 anos, está internado no Hospital João XXIII; ele não corre risco de morrer.
Um menino, de 9 anos, teve traumatismo craniano após ser espancado por estudantes da Escola Municipal Solar do Rubi, no bairro Solar, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. Ele jogava futebol com colegas durante o intervalo das aulas, na última quarta-feira (15). A vítima errou uma finalização, perdeu um gol e, por isso, foi agredida.
Essas informações foram registradas em um boletim de ocorrência, conforme relato do padrasto do menino. A criança está no 5º ano do ensino fundamental e jogava uma partida com alunos maiores. Não havia profissionais de ensino acompanhando a atividade recreativa.
A família aponta negligência da instituição de ensino. Segundo a mãe da vítima, funcionários se negaram a prestar socorro ao filho, afirmando que “essa prática não existe mais”. Também disseram que, pela vítima não ter lesões aparentes, não inspirou cuidados urgentes.
A mãe do menino foi chamada na escola e, ao buscar o filho, ouviu reclamações dele de que estava com enjoo. Ao descer as escadas na instituição, a criança vomitou.
“Na hora em que eu desci as escadas, antes de sair [da escola], ele ficou bambo, adormecendo no meu braço. Começou a vomitar. Resolvi levar para a UPA”, contou.
Ela chamou um carro por aplicativo e seguiu sozinha com a criança para a unidade de saúde. No local, ele foi atendido de forma prioritária. Na sequência, os profissionais da UPA Barreiro encaminharam o menino ao pronto-socorro do Hospital João XXIII. A transferência foi feita em uma ambulância do Samu.
De acordo com o relato da mãe, o garoto foi recebido de prontidão por uma equipe médica do hospital, onde fez diversos exames. Ficou constatada uma fissura na lateral direita do crânio, acompanhada de um sangramento do lado esquerdo.
“O médico deduziu que teriam sacudido muito a cabeça dele. É o que justifica o ferimento de um lado e o sangramento do outro”, contou.
O menino ainda está internado no Hospital João XXIII. A família informou que o quadro de saúde dele é estável e que ele não corre risco de morrer.
“Não tem justificativa uma criança de 9 anos, no meio de adolescentes de 15, 16 anos e, por causa de futebol, ser agredida. A escola deveria ser responsável pela parte do monitoramento, separar meninos maiores de meninos menores. Mas nem prestaram socorro”, afirmou.
A família contou que ainda não foi acionada pela Polícia Civil para prestar depoimento, mas que pretende buscar a responsabilização dos culpados.
A Polícia Civil afirmou que instaurou inquérito para apurar o caso na Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais.
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SMED), disse que os responsáveis pelas crianças foram acionados até a escola logo após o ocorrido e que a diretoria regional de educação está acompanhando o caso.
Veja o que diz a PBH na íntegra:
A Secretaria Municipal de Educação informa que a direção comunicou os responsáveis, que compareceram à escola logo após o ocorrido.
Esclarecemos ainda que a diretoria regional de Educação está acompanhando o caso e que a família está sendo orientada.
A direção da escola também mantém diálogo constante com os estudantes sobre desafios de internet e “brincadeiras” violentas. O município monitora todas as instituições municipais e realiza projetos pedagógicos entre alunos e professores para a melhoria da convivência e a segurança nas escolas.
Há também a Gerência do Clima Escolar e o Plano de Convivência Escolar e ações de abordagem preventiva e o tratamento das situações de violência.