Brasil

FAB transportou mais de 400 toneladas de mantimentos em um mês de operação na TI Yanomami

A Força Aérea Brasileira (FAB) já entregou mais de 400 toneladas de mantimentos e medicamentos à população da Terra Indígena Yanomami em um mês de operação da instituição no território. O balanço foi divulgado nesse sábado (4) pela FAB, que atua com o Exército Brasileiro, Marinha e o governo federal.

O transporte de suprimentos faz parte de uma das frentes de atuação das Forças Armadas na crise sanitária no território. As entregas tem sido feitas pelo Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz).

O maior território indígena do Brasil passa por uma grave crise humanitária e sanitária em que dezenas de adultos e crianças sofrem com desnutrição grave e malária. Desde o dia 20 de janeiro, a região está em emergência de saúde pública.

Conforme o Comandante do Comando Operacional, Major-Brigadeiro do Ar Nogueira, medicamentos, alimentos e materiais para atendimento aos indígenas estão entre os itens entregues. Durante a atuação, a FAB ultrapassou mais de 1.200 horas de voos para o território indígena.

FAB/DIvulgação

FAB/DIvulgação

“Talvez, depois da Covid, esta seja a maior operação já feita em termo de hora de voo nos últimos anos pelas Forças Armadas. É uma satisfação muito grande chegarmos a esses números, com zero acidente, zero incidente e com a participação interagências. A participação de diversos órgãos governamentais tem feito com que o nosso trabalho gere uma sinergia muito grande, e a gente só tem a comemorar com isso”, disse.

Os suprimentos chegam ao território por meio do Aeródromo de Surucucu, onde funciona a base de referência em saúde e logística da Terra Yanomami. De lá, partem para a distribuição.

Os kits estão sendo enviados por cinco aeronaves (C-98 Caravan, C-97 Brasília, C-105 Amazonas, C-130 Hércules e KC-390 Millennium), que realizam os lançamentos aéreos com paraquedas, em função do difícil acesso à região, e helicópteros, em especial o H-60 Black Hawk.

Hospital de Campanha

O Hospital de Campanha (HCAMP) da Força Aérea Brasileira (FAB) registrou 1.687 atendimentos a indígenas até este sábado (4). A estrutura, montada para atender indígenas doentes, fica na Casa de Saúde Indígena (Casai), região de Monte Cristo, zona Rural de Boa Vista.

Segundo o comandante da unidade, Major Médico Felipe Figueiredo, a saúde dos indígenas tem evoluído de forma satisfatória, sem registros maiores de transferências para hospitais da capital.

“De lá para cá o que a gente vem percebendo, realmente, é a diminuição nos atendimentos. Esse trabalho em conjunto com os Médicos Sem Fronteiras, Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Força Nacional do Sistema Único de Saúde tem conseguido dar uma estabilizada”, disse.

A Força Aérea iniciou a atuação na Operação Yanomami no dia 22 de janeiro, para frear a crise e desde então os trabalhos seguem de forma ininterrupta. Nas ações de apoio são utilizadas 11 aeronaves da Força Aérea, Exército Brasileiro e Marinha.

Além da entrega de mantimentos e atendimentos de saúde, a Força Aérea têm atuado em ações relacionadas à segurança do território. Desde fevereiro, a FAB realiza o controle do espaço aéreo sobre a Terra Indígena Yanomami para combater o garimpo ilegal.

No dia 6 de fevereiro, a Força determinou a criação de três corredores aéreos para a saída voluntária de garimpeiros do território. No último dia 123, os ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio Monteiro, decidiu fechar o espaço aéreo a partir do dia 6 de abril.

O objetivo da medida é forçar a saída de garimpeiros que insistem em ficar na região. O avanço do garimpo ilegal na área é apontado como uma das causas dos problemas enfrentado pelos indígenas Yanomami.