Novos dados de um relatório feito pela ONG Redes da Maré, do Rio de Janeiro, mostram que, de cada dez operações da polícia no complexo, no ano passado, seis aconteceram perto de escolas e creches. O levantamento traz um balanço dos impactos da violência em direitos básicos, como Educação, Saúde e o direito de ir e vir.
Em 2022, 39 pessoas morreram por causa de armas de fogo na Maré, entre essas vítimas, 27 morreram em operações da polícia. O valor representa um aumento de 145% em comparação com 2021, ano em que a pandemia ainda afetava a circulação de pessoas. Desde 2016, a ONG acompanha de perto tudo o que acontece no Complexo da Maré, onde milhares de pessoas vivem em 16 comunidades.
Na semana passada, crianças tiveram que se jogar no chão durante um confronto entre policiais e traficantes. A ONG alerta no relatório a respeito de um suposto descumprimento de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringe operações policiais perto de escolas, creches e unidades de saúde.
De acordo com a chamada ‘ADPF das favelas’, as operações próximas a estes locais só podem acontecer em casos estritamente excepcionais. Por meio de nota, o governo do Estado do Rio de Janeiro informou que já entregou ao STF um plano para a redução da letalidade em incursões e operações policiais. O plano prevê incrementos na capacitação dos profissionais, materiais e equipamentos envolvidos nas ações policiais em favelas.