Na manhã desta quarta-feira, 22, os três militares acusados de matar o morador de rua Genivaldo Quirino Alves, conhecido como China, ainda em 2012, mantiveram em depoimento, durante o julgamento do caso, a versão de que a vítima tentou tomar a arma de um deles e por este motivo houve a reação que acabou resultando em sua morte.
O julgamento acontece no salão da 9ª Vara Criminal da Capital, no Fórum do Barro Duro, e está sendo presidido pelo juiz Geraldo Amorim.
A única testemunha arrolada para prestar depoimento em juízo não compareceu, por este motivo o magistrado decidiu iniciar a inquirição dos acusados.
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O policial apontado como autor do único disparo na cabeça da vítima, confessou, mas alegou legítima defesa, afirmando que a vítima tentou pegar sua pistola. Contudo, ele negou que a vítima tivesse sido agredida. Ele disse ainda que estava sozinho no local, um barraco onde a vítima morava, enquanto os outros dois militares apontados no mesmo inquérito, estariam esperando na viatura.
O militar contou ainda que havia iniciado no serviço ostensivo da PM há apenas 8 meses, que não possuía experiência e que pediu para a vítima se ajoelhar para sua segurança. Ele disse que ao se virar, o homem teria tentado pegar sua arma e ele acabou usando uma arma reservada para disparar, no intuito de se defender.
Os outros dois militares também foram ouvidos, ainda no período da manhã. Logo depois houve pausa para o almoço e retorno já para o debate entre o Ministério Público (MP) e a defesa dos militares. Só depois, os jurados devem decidir sobre a condenação ou absolvição dos réus. A previsão é que o júri termine ainda hoje.
O CRIME
De acordo com a versão da promotoria, no dia 27 de novembro de 2012, a vítima Genivaldo Quirino Alves, conhecida como China, foi abordada por policiais militares na Praça Dois Leões, no bairro do Jaraguá. De lá, ele teria sido levado até sua residência, localizada na antiga estação rodoviária, quando teria sido espancado, torturado e morto com um tiro na cabeça.
A promotora de Justiça Adilza Freitas, explicou que testemunhas contaram que o comandante da viatura ficou à porta da residência, enquanto outros dois ficaram dentro da casa, cometendo o crime. Estas mesmas testemunhas contam ter ouvido gritos da vítima, mas foram proibidas pelos militares de entrarem na residência e chamarem socorro.
“A vítima foi executada com um tiro na cabeça, de joelhos, com as mãos atrás da cabeça. Não cabe a alegação de que a vítima entrou em vias de fato ou buscou agredir os policiais, pois já estava rendida e ao seu lado estavam três policiais armados”, disse a promotora em entrevista à TVPajuçara.