Brasil

Quatro corpos achados enterrados em chácara eram de familiares que passeavam em SC, diz delegado

Segundo a Polícia Civil, a chacina aconteceu em 7 de janeiro, em Joinville. Um casal foi preso até o momento, mas motivação e como ocorreu a morte são apuradas.

Os quatro corpos encontrados enterrados em uma chácara de Joinville, cidade mais populosa de Santa Catarina, eram de pessoas da mesma família que estavam na cidade à passeio, revelou o delegado Dirceu Silveira Júnior, titular da Delegacia de Homicídios.

Também nesta quinta-feira (23), o investigador confirmou que os quatro mortos são todos homens, sendo um deles seria menor de idade. A motivação e como os assassinatos ocorreram são apurados.

A polícia já sabe que os assassinatos ocorreram no dia 7 de janeiro. Os corpos foram encontrados na tarde de quarta-feira (22), cerca de dois meses e meio após os crimes. Um casal foi preso suspeito de envolvimento até o momento.

Um dia depois da morte dos quatro, em 8 de janeiro, outra chacina vitimou sete trabalhadores que viviam em um alojamento no bairro Morro do Meio, também em Joinville. Foram 11 assassinatos em dois dias.

Apesar de terem sido praticados em um mesmo fim de semana, o delegado diz que, inicialmente, os casos não têm ligação entre si.

O que se sabe é que integrantes de uma mesma facção criminosa teriam praticado os assassinatos. Os locais onde as vítimas das duas chacinas foram localizadas ficam distante cerca de 11 quilômetros um do outro.

Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML), onde peritos trabalham para confirmar a identidade das vítimas, que teriam entre 16 e 39 anos, e descobrir a causa das mortes.

Como ocorreu

Os quatro homens, segundo o investigador, eram de Campo Largo (PR) e estavam há cerca de uma semana em Joinville. Inicialmente, eles visitavam um parente quando foram ameaçados por integrantes de uma organização criminosa, completou o delegado.

A polícia chegou ao caso após parentes procurarem a delegacia no Paraná e relatarem o desaparecimento. Depois da intimidação, as vítimas teriam trocado a estadia para um imóvel no bairro Ulysses Guimarães, onde foram novamente encontradas e mortas.

Conforme o delegado, a suspeita inicial é que uma disputa territorial entre facções criminosas rivais possa ter motivado a chacina no bairro Ulysses Guimarães. Um dos mortos tinha passagem policial por tráfico de drogas no Paraná.

O local

Os corpos foram enterrados em uma vala na Avenida Doutor Archimedes Carvalho, dentro de uma chácara. Como o buraco era fundo, a polícia precisou de ajuda dos bombeiros e de maquinários da prefeitura para desenterrá-los.

O local foi encontrado após denúncias anônimas de moradores.

“[Os criminosos] colocaram vegetação no local e usaram de artifícios para disfarçar o ambiente [do crime], mas isso não foi o suficiente”, informou o delegado.

A princípio, Dirceu Silveira afirma que a escolha do local foi aleatória e que os proprietários da área privada não têm, portanto, envolvimento com o caso.

“Acreditamos que essas vítimas tenham sido executadas se não na chácara, próximas de onde foram enterradas. Mas o local exato das execuções ainda não foi identificado. As investigações continuam, agora, a fim de prender os demais suspeitos na participação deste crime”, destacou.