Alicia Dudy Muller, de 25 anos, é alvo de dois inquéritos policiais e passa a responder processo por estelionato. Polícia apura se a jovem usou poupança da formatura para fazer apostas em lotérica na Zona Sul em 2022.
A Justiça de São Paulo tornou ré por estelionato, na última terça-feira (28), a estudante Alicia Dudy Muller, de 25 anos, investigada por desviar quase R$ 1 milhão dos fundos arrecadados para custear a festa de formatura de uma turma de medicina da USP (Universidade de São Paulo). A notícia foi confirmada nesta quinta (30).
“Informamos que, na terça-feira (28), foi recebida a denúncia do MPSP contra Alicia Dudy Muller Veiga, pelo crime de estelionato. O processo tramita em segredo de justiça, sendo essas as únicas informações que podemos passar”, disse a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de SP ao g1.
A jovem é alvo de dois inquéritos policiais. O 16° DP investiga crime de apropriação indébita, relativo ao dinheiro da formatura.
Já a Delegacia Especializada em Investigações Criminais (DEIC) de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, apura os crimes de estelionato e lavagem de dinheiro contra uma lotérica, cometidos em 2022.
O Ministério Público denunciou a estudante oito vezes por estelionato e uma por estelionato tentado.
A polícia acredita que o dinheiro usado pela estudante em apostas não pagas feitas no ano passado na lotérica da Zona Sul de São Paulo pode ter sido desviado da festa de formatura de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Os dados de transações bancárias serão analisados com a quebra do sigilo e será verificado quem creditou os valores na conta dela. Com isso, a Polícia Civil conseguirá ligar as duas situações.
De acordo com a comissão de formatura:
No início de fevereiro, a Justiça não aceitou o pedido de prisão preventiva feito pela polícia contra a estudante. A decisão concordou com o posicionamento do Ministério Público, que entendeu que o caso se tratava de crimes de estelionato, não de apropriação indébita, como ela havia sido indiciada, e pediu que fosse feita uma lista com o prejuízo individual dos alunos. Cada vítima teria de mostrar interesse em representar pelo crime.
Na apropriação indébita, uma pessoa recebe da vítima a posse de um bem de forma legal, se apropriando dele mais tarde de forma irregular.
No estelionato, a má-fé acontece antes da posse do bem e força a vítima a um engano.
Segundo apurado pelo g1, o Instituto de Criminalística analisou ao menos dois celulares, um smartwatch, cartões bancários e HD externo, que devem ser devolvidos a ela. Sobre um tablet, a investigação sugeriu que seja leiloado por ter sido adquirido com dinheiro do fundo, e a quantia arrecadada revertida para entidades beneficentes.
O carro de luxo alugado por ela com o dinheiro dos alunos já foi devolvido à empresa em fevereiro.