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Polícia argentina trata morte de brasileira em queda de prédio como feminicídio

Emmily Rodrigues — Foto: Redes sociais

O advogado da família de Emmily Rodrigues, baiana de 26 anos que morreu após cair de um prédio em Buenos Aires, na Argentina, disse ao g1 que a polícia do país investiga a morte como feminicídio. Amigas da vítima relataram que a defesa do investigado tenta difamar vítima com notícias negativas da jovem na imprensa, a exemplo de que ela seria usuária de drogas.

O caso aconteceu na última quinta-feira (30), em uma área nobre da capital argentina. O investigado é o Francisco Sáenz Valiente, empresário de 52 anos, que foi preso no mesmo dia. Depois da queda, Emmily morreu na hora. O corpo dela foi encontrado sem roupa, na área térrea do edifício.

O corpo de Emmily ainda não passou por necropsia, por isso a família ainda não tem previsão de data para o sepultamento, que será realizado no Brasil. Os pais de Emmily estão na Argentina e acompanham os trâmites da investigação.

Amigas relatam tentativa de depreciação da vítima
Uma das amigas de Emmily, a estudante Manoelle Assunção, falou que Francisco pertence a uma família de advogados. que trabalha para um jornal famoso em Buenos Aires. A família do investigado estaria usando a influência social para depreciar Emmily.

“Estão tentando difamar ela de todas as formas aqui em Buenos Aires. Como a família dele é de advogados de um jornal bem famoso daqui de Buenos Aires, então eles estão comprando as mídias . Estão tentando difamar ela de todas as formas. Está sendo horrível, aqui está horrível”, disse Manoelle.

Manoelle disse ainda que tentou, a pedido da família da própria vítima, reconhecer o corpo da jovem. Ela foi impedida por não ter parentesco com Emmily.

“Eu fiquei sabendo [da morte] pela família dela. Eles me avisaram e pediram para eu tentar reconhecer o corpo. Só que eu cheguei lá no IML [Instituto Médico Legal] e eles não me liberaram, porque eu não tinha ligação familiar. Fui na delegacia para tentar pegar uma autorização, mas eles também não liberaram. Aí a gente teve que esperar os pais delas chegarem”, disse Manoelle.

Outra amiga de Emmily, a gestora empresarial Joicy Cláudia, reiterou a tentativa da defesa de Francisco em desvalorizar a imagem da vítima.

“A gente não tem muita informação, só sabemos que os jornais lá estão falando mal dela, colocando meninas que nem conheciam a Emmily para falar, para manchar a imagem da menina. Isso está deixando a gente indignada”, destacou.

Amigas negam possibilidade de suicídio

A defesa do empresário preso por envolvimento no crime sustenta a versão de que Emmily estava sob efeito de bebidas alcoólicas e drogas, e se jogou de uma janela após entrar em surto.

“Ela não faria isso nunca, com certeza absoluta. Ela era muito vaidosa, muito cuidadosa, nunca que ela tiraria a própria vida. Ela amava a vida que levava, ela amava tudo, todas as coisas. É impossível ela ter feito, isso impossível”, ponderou Manoelle.

Joicy sustentou a mesma consideração, e disse ainda que Emmily consumia pouco álcool, que não tinha o hábito de “beber até sair do controle”, como tem sido afirmado pela defesa do empresário.

“Todas as amigas que conhecem ela sabe que ela não fazia isso. Essa é nossa indignação, essa imagem que estão tentando passar da menina, de coisas que ela não era. O que está deixando a gente indignada, pedindo justiça pela vida dela. Eu realmente acredito que tenha sido um assassinato. Não foi um acidente, porque Emmily amava a vida dela”.

“Ela jamais tiraria a própria vida. Sempre foi preocupada com a vida, cuidava da saúde, da beleza. Então não faz sentido o que estão tentando passar. A gente só quer pedir justiça e que realmente seja investigado, porque eu acredito que seja sim um caso de feminicídio”.