O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, nesta quarta-feira (5), que o autor do ataque à creche que matou quatro crianças e feriu outras cinco em Blumenau, em Santa Catarina, não tem nada de humano e deve ter vindo de um planeta do ódio.
A fala aconteceu antes do anúncio de dois decretos que destravam investimentos públicos e privados para o setor de saneamento no país. Lula ainda solicitou um minuto de silêncio em homenagem aos familiares das vítimas.
“Não tem nada de humano. Deve ter vindo de outro planeta, de um planeta do ódio. Esse cidadão teve a ‘pachorra’ de matar quatro crianças com machadada em uma creche e ferir três. Não tem palavras para consolar a família. Quem já perdeu parente sabe que não existe palavra”, disse Lula.
“Mas eu acho que era importante um gesto nosso de fazer um minuto de silêncio aos familiares dessas crianças que foram vítimas dessas barbaridades”, continuou.
Entenda o caso
Ao menos quatro crianças morreram no Centro de Educação Infantil (CEI) Cantinho do Bom Pastor, no bairro Velha, em Blumenau. Segundo os bombeiros, são três meninos e uma menina, de 5 a 7 anos de idade.
De acordo com o governo de Santa Catarina, outras cinco crianças ficaram feridas e foram levadas para hospitais da região.
O Hospital Santo Antônio informou à CNN que quatro crianças feridas deram entrada no hospital: duas meninas de 5 anos e dois meninos, de 5 e 3 anos.
“Elas foram atendidas pela equipe de urgência e Emergência e as famílias estão recebendo apoio da equipe multiprofissional da instituição”, informou o hospital.
A quinta criança foi enviada para o Hospital Santa Isabel. O centro de saúde comunicou à CNN que a vítima é uma menina de 5 anos, que recebeu sutura em ferimento no ombro e atendimento psicológico.
O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), afirmou que está sendo organizado um gabinete de crise e as aulas desta quarta-feira (5) foram canceladas.
O comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar de Blumenau, Márcio Alberto Filippi, explicou que o autor do ataque pulou o muro quando cerca de 40 crianças estavam no local.
Ele entrou na creche enquanto elas estavam brincando no parquinho e começou a “desferir golpes com uma machadinha”. A princípio, as agressões aconteceram de maneira aleatória.
Ainda de acordo com o comandante, ao ver as professoras defendendo e chamando as crianças para dentro do prédio, o agressor pulou o muro novamente e deixou o local – aparentemente, de moto – em direção ao 10º BPM, onde se entregou e foi encaminhado à Polícia Civil.
Segundo a Polícia Militar (PM), “quando percebeu que as professoras estavam defendendo as crianças, pulou o muro novamente e saiu de moto. Quando se apresentou à polícia, não falou nada, ficou calado”.
O governador catarinense Jorginho Mello (PL) declarou à analista da CNN Basília Rodrigues que o homem estava em surto psicótico.