Política

OAB repudia desembargador que citou ‘nível cultural superior’ do Paraná sobre o Nordeste

Desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná Mário Helton Jorge — Foto: Reprodução/ TJ-PR

A Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) repudiou “veementemente” neste sábado (15) declarações do desembargador Mário Helton Jorge feitas em sessão da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR).

Na ocasião, o desembargador disse que as pessoas lembram da Operação Lava Jato, do Petrolão e do Mensalão, mas que ele muitas vezes nem consegue dormir.

“Porque é uma roubalheira generalizada. E isso no Paraná, que é um estado que tem um nível cultural superior ao Norte do país, ao Nordeste, etc. É um país que não tem esse jogo político dos outros estados. Aqui no Paraná, é uma vergonha (Sic)”, falou.

Em nota, a OAB-PR afirma que os termos usados pelo desembargador são “incompatíveis com o senso de justiça e igualdade que se espera dos magistrados”.

A instituição manifestou incondicional apoio à advocacia e “solidariedade ao povo brasileiro, atingidos pelas palavras de cunho discriminatório”.

A OAB-PR também disse que usará os meios legais e regimentais para “desagravar a advocacia paranaense, desrespeitada na manifestação do magistrado”.

Em nota, o desembargador disse ter se referido à corrupção em geral e não ter tido a intenção de menosprezar ou fazer comparação preconceituosa contra qualquer pessoa, instituição ou região.

“O magistrado lamenta o ocorrido e pediu sinceras desculpas pelo comentário”, diz trecho da nota divulgada pelo TJ-PR. O TJ-PR afirmou que a fala do magistrado foi feita em um contexto de “crítica ao próprio estado do Paraná, que sofre com a corrupção”.

Neste sábado, o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino afirmou que vai levar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Ministério Público Federal (MPF).

Quem é Mário Helton Jorge
Mário Helton Jorge foi promovido a desembargador do TJ-PR no dia 10 de outubro de 2008.

Ingressou na magistratura após concurso para juiz substituto, no dia 15 de junho de 1990, nomeado para a comarca de Toledo, no oeste do Paraná.

Atuou como professor da disciplina de Instituições de Direito Público e Privado na Faculdade de Administração e Economia e da disciplina de Direito Civil na Faculdade de Direito de Curitiba, além de lecionar na Escola da Magistratura do Paraná, em Ponta Grossa e Curitiba.