A paciente deu entrada na unidade hospitalar com uma fratura do tornozelo, mas foi submetida de forma errônea a um procedimento de amputação de coxa.
O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) determinou a instauração de procedimento para apurar o erro médico que causou a amputação de uma das pernas de uma idosa de 73 anos, durante cirurgia realizada na última sexta-feira (21), no Hospital Geral do Estado (HGE).
A promotora de Justiça Louise Teixeira determinou a instauração de Notícia de Fato e o órgão informou que o caso também será encaminhado para a coordenação das Promotorias Criminais e para o Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal). Além disso, será enviado ofício para o HGE e para o Estado solicitando informações tanto sobre as providências que já foram tomadas, quanto sobre as que serão adotadas.
A Polícia Civil de Alagoas também deve investigar o caso, designando o delegado Robervaldo Davino para acompanhar o caso de amputação ocorrido no HGE, após instauração de inquérito.
As infrações cometidas são de lesão corporal de natureza grave resultante em debilidade permanente de membro, sentido ou função previstos no ART. 129, §1° do Código Penal.
Ainda na sexta-feira (21), a direção do HGE abriu sindicância para apurar o caso. O diretor médico do HGE, Rodrigo Melo, explicou que a paciente deu entrada na unidade hospitalar com uma fratura do tornozelo e aguardava desde o dia 19 deste mês por uma cirurgia de correção. No entanto, descobriu-se apenas ao final da cirurgia que a idosa foi submetida a um procedimento médico errôneo.
“A paciente chegou com uma fratura no tornozelo e desde o dia 19 ela estava aguardando no mapa para fazer uma cirurgia de correção de uma fratura. Na verdade aconteceu uma cirurgia de amputação na coxa da paciente. No pós-procedimento, ainda no bloco cirúrgico, a médica foi informada que foi realizado um procedimento errado na paciente.”, informou o gestor em entrevista à TV Pajuçara.
Após ser constatado o erro médico, toda equipe responsável pelo procedimento cirúrgico, entre enfermeiros, anestesista e médicos, foi afastada das funções. “Assim que a gente soube, tentamos entender a situação e abrimos uma sindicância para avaliar o que de verdade aconteceu. Imediatamente afastamos a equipe para investigar a situação mais a fundo. Também acionamos as equipes de assistência social e psicologia para dar assistência a paciente com o intuito de minimizar um dano que a gente sabe que é um dano irreparável neste momento. Fomos pegos de surpresa, pois temos protocolos de cirurgia segura que faz a gente identificar o paciente antes de uma cirurgia bem como o membro que será operado. Tudo isso para não ocorrer uma situação como esta. Estão estamos investigando o que aconteceu”, disse Rodrigo Melo.
A idosa segue internada no HGE recebendo medicação até que esteja apta a receber alta médica. Ele deve continuar sendo acompanhada por enfermeiros e psicólogos em regime de Home Care.