O desabamento parcial de um edifício de três andares no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, região metropolitana do Recife, na noite de quinta-feira, 27, deixou ao menos cinco pessoas mortas. Outras cinco foram retiradas dos escombros com vida, duas com ferimentos graves. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, as buscas pela última vítima desaparecida continuam na noite desta sexta-feira, 28. A corporação foi acionada às 22h08 de quinta-feira, chegando ao local 20 minutos depois. As causas da tragédia ainda estão sendo investigadas. Em razão do acidente, imóveis que ficam nos arredores do Edifício Leme, que fica na Rua Olegário Mariano, 990, também foram interditados. A edificação, que tem 32 apartamentos, já havia sido desocupada e condenada para moradia pela Defesa Civil do município desde 2001. No momento do incidente, no entanto, pelo menos 16 pessoas e três cachorros estariam no local. Entre as fatalidades estão um homem de 32 anos e um adolescente de 13 anos, que morava com os pais, que não estavam no prédio no momento do desabamento. O edifício está localizado em uma área em que outras dezenas de prédios já foram desocupados pela Defesa Civil de Olinda por problemas estruturais.
Entre os feridos resgatados estão dois homens e três mulheres. Os dois homens, um de 45 anos e o de 53, identificado apenas como Ebenezer, estão internados no Hospital da Restauração, na área central do Recife. Ebenzer era casado com Maria José, uma das vítimas. Ele foi encontrado pelos bombeiros sob os escombros por volta das 8h30 da manhã, depois de passar mais de dez horas soterrado. Duas mulheres, ambas com 25 anos, foram encaminhadas para a UPA da PE-15, em Olinda, e já tiveram alta. Uma terceira está internada no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, e seu quadro de saúde segue estável, sem gravidade. Por volta das 19h50, duas mulheres foram encontradas sem vida no local. Uma última vítima do sexo feminino segue desaparecida. Em nota, a Prefeitura de Olinda confirmou que o edifício foi interditado há mais de 20 anos pela Defesa Civil, após uma vistoria conjunta entre Estado, Município e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
De acordo com o coronel do Corpo de Bombeiros Waldyr Oliveira, atual secretário de Defesa Civil de Olinda, a prefeitura não sabia que o edifício havia sido reocupado. No entanto, os relatos de moradores e vizinhos apontam que a reocupação é antiga e que boa parte dos apartamentos foram alugados para outras famílias que não as proprietárias originais. A região onde a edificação está localizada tem um histórico de prédios com problemas estruturais e desabamentos. Há dezenas de imóveis com rachaduras e outros danos aparentes e muitos já foram condenados por especialistas, mas continuam abrigando famílias inteiras. “Em seguida, os órgãos exigiram da seguradora do imóvel a demolição do mesmo. A mesma seguradora também é responsável pela vigilância do prédio e deveria proibir a ocupação”, disse. A prefeitura afirma que atua junto à Justiça, a fim de obrigar as seguradoras a executarem as demolições.