Nesta terça-feira, 9, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, participou de uma audiência pública conjunta das Comissões de Serviços, Infraestrutura e Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal. Tebet afirmou que o governo pode acatar as sugestões do relator do arcabouço fiscal na Câmara, Cláudio Cajado (PP), se o deputado não alterar a ‘espinha dorsal’ da proposta.
“Não sabemos como sairá o arcabouço fiscal do Congresso Nacional. Porque a espinha dorsal está sendo preservada pelo relator, acredito que será da mesma forma pelos líderes (…) Nós precisamos resolver o problema fiscal, por isso o arcabouço, e precisamos incrementar receita sem aumentar imposto e sem aumentar alíquota”.
A ex-senadora fez várias considerações sobre a sugestão dos congressistas de estabelecer dois meses como prazo para o governo colocar em exercício as medidas de contingenciamento de despesas em caso de descumprimento da meta fiscal. Para Tebet, o dobro de meses seria o ideal para integrar o texto final.
Mesmo com as incertezas do mercado financeiro e um ambiente de críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a ministra mantém o otimismo e disse que a inflação para o mês de abril, que será divulgada nesta quarta-feira, 10, pelo IBGE será menor do que o esperado pelo mercado. Para o presidente do Conselho de Ética do Senado, senador Jayme Campos (União Brasil), é um grande risco o governo gastar mais do que arrecada.
“Falar que vai subir imposto? Não tem praça para isso aí. Estou vendo a questão do arcabouço fiscal e reforma tributária. Espero, Simone, que isso dê resultado para nós. Primeiro que não vai aprovar do jeito que o nosso querido amigo Fernando Haddad quer, tira da cabeça que eu já vi em conversa aí que o trem é mais feio do que você pensa. O governo tem que também criar uma base forte aqui no Congresso, porque não tem base. Muito ruim a articulação política do governo”.