Um tecido preto estendido no chão, uma “passarela” formada por cacos de vidro, e uma mulher amparada por dois homens caminhando com muita dificuldade sobre o trecho que tem cerca de 1 metro e meio de comprimento.
A mulher demonstra emoção em diversos momento e chega a chorar. Palavras de incentivo como “você merece” são ditas várias vezes. Ao tirar os pés do vidro, antes de tocar o chão, uma pessoa retira os resquícios do material com uma vassoura.
Depois de completar o trajeto, é parabenizada e aplaudida. O companheiro, que aguardava ao final da passarela, recebe-a com abraço e beijos.
O episódio aconteceu no último dia 16 de abril em um hotel de luxo na Grande São Paulo, mas é prática comum na comunidade. A cena foi gravada e compartilhada nas redes sociais. O vídeo viralizou e tem mais de 10 milhões de visualizações.
A atividade é criticada pela Sociedade Latino-Americana de Coaching.
O que significa a prática?
A prática é apresentada como programação de encerramento de um evento chamado Grupo Black, um “grupo de alta performance que reúne alguns dos maiores empreendedores e empresários do país”, segundo página na internet.
Quem lidera os encontros é Samuel Pereira, que se apresenta como empresário e investidor, além de criador do “maior evento de tráfego e audiência do Brasil”.
Nas redes sociais, principalmente no Instagram, Samuel se mostra como um mentor. Ele compartilha conteúdos de motivação pessoal, vendas e marketing, além momentos de sua rotina.
O vídeo estava hospedado em seu site pessoal e saiu do ar horas depois que o g1 pediu informações para os organizadores, mas voltou ao normal nesta quinta-feira (11).
“Muitas vezes, algumas pessoas se esbarram em alguns limites, porque, quando encontram obstáculos, não têm o apoio suficiente para superar, não tem um apoio que te mostra como ir adiante”, narra o empresário, enquanto aparecem imagens de pessoas caminhando sobre cacos de vidro.
Ao g1, Samuel disse que o método chamado glasswalking (caminhada no vidro, em português) foi oferecido aos participantes do evento como uma dinâmica “para falar sobre vencer os medos” e afirma que ninguém nunca se machucou.
“Ao pisar nos cacos, acontece uma distribuição de peso. O que ocorre é que as pessoas criam uma ilusão de que é algo perigoso, mas, no final, não é. O ponto principal é que existe o incentivo para as pessoas vencerem o medo. O que ocorre na verdade é uma analogia em relação às aflições da vida e como é possível superá-los para que as pessoas façam o mesmo em suas vidas e seus negócios”, pontuou o empresário.