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Pais esperaram 6 anos por adoção de menina morta com tiro acidental

Eloá tinha 2 anos e foi baleada quando brincava com a prima em casa.

Eloá Victória Silva Oliveira, de 2 anos, morreu com um tiro acidental em Cuiabá — Foto: Reprodução

Os pais de Eloá Victória Silva Oliveira, de 2 anos, que morreu com um tiro acidental no Bairro Santa Cruz II, em Cuiabá, esperaram seis anos na fila de adoção. Segundo a Polícia Civil, ela foi adotada há cerca de um ano. Eloá é filha de um policial militar e a prima, de 5 anos, teria conseguido acesso à arma dele.

A criança foi baleada por um tiro acidental quando brincava com a prima e encontraram a arma no quarto do pai. De acordo com a Polícia Civil, o objeto estava em um fundo falso de uma mesa de cabeceira ao lado da cama do pai da vítima.

O tiro atingiu a cabeça da criança mais nova. Uma equipe no Serviço de Atendimento Médico e Urgência (Samu) esteve no local e a encaminhou até o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), mas ela não resistiu.

Entenda o caso

De acordo com o delegado Olímpio Fernandes, que está investigando o caso, foi disparado apenas um tiro, o único que estava carregado, e o responsável responderá por omissão de cautela.

“Tudo indica que as crianças estavam assistindo televisão e o dono da casa (o policial militar) estava preparando o almoço delas. Na casa, naquele momento, ele era o único que estava lá”, disse.

Já o delegado Marcel Gomes de Oliveira disse que a prima de 5 anos não tem qualquer possibilidade de sofrer algum tipo de medida socioeducativa.

“Do ponto de vista jurídico, ela não tem possibilidade de sofrer qualquer tipo de medida socioeducativa. O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que ela deve ser submetida a medidas protetivas por conta da idade. A gente tem vítima de 2 anos, mas também uma vítima psicológica, porque uma criança de 5 anos ver sua prima no chão caída, morta, o abalo com certeza vai ser para o resto da vida”, pontuou.