Um policial civil do Ceará está sendo investigado suspeito de matar, a tiros, quatro colegas do trabalho em Camocim, cidade do Norte do Ceará. Os corpos já foram retirados do local e levados para a Perícia Forense do município de Sobral.
O suspeito está sob custódia da Polícia Militar e “em estado de choque”, segundo sua advogada. Ao todo, são três escrivães e um inspetor mortos na Delegacia Regional da cidade.
Camocim é um município da microrregião do Litoral de Camocim e Acaraú, mesorregião do Noroeste Camocinense. Sua população é estimada em 63.997 habitantes, conforme dados do IBGE de 2020.
Entenda o que se sabe e o que ainda falta saber sobre o caso:
1. Quem eram as vítimas
A Polícia Civil identificou as vítimas como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.
A prima de Francisco dos Santos conversou com o g1 Ceará sobre o caso e disse que ele deixa três filhos. Francisco é natural de Fortaleza, tinha cerca de 45 anos e mudou-se para Camocim quando passou para o concurso de escrivão na cidade. “Ele amava a profissão. Era uma pessoa muito honesta, justa”, disse Mariana Almeida.
O irmão de Antônio Claudio dos Santos disse, também ao g1 Ceará, que ele travalhava como escrivão na delegacia havia cinco anos. Era pai de duas meninas, uma de cinco e outra de três anos e tinha uma conduta exemplar.
Ainda não há informações mais detalhadas sobre as duas outras vítimas.
2. Quem é o suspeito
Capitão Cleumir, da Secretaria de Segurança da cidade, disse ao g1 Ceará que o suspeito foi identificado como Dourado, inspetor da Civil.
Neirilane Roque, advogada de defesa, disse ele está sub custória e “em estado de choque”. “Pessoalmente, ele não se encontra em condições de prestar esclarecimentos, por enquanto. Está em estado de choque, isolado e custodiado pela Polícia Militar. Estamos aguardando os procedimentos seguintes.
3. Como o crime aconteceu
O suspeito estava de folga na data do crime. De madrugada, ele foi até a delegacia onde estavam as outras quatro pessoas e abriu fogo.
Depois de atirar nos colegas, Dourado fugiu em um carro da polícia, mas abandonou o veículo e se entregou no quartel da Polícia Militar da cidade.
4. Qual a motivação
Ainda não há informações sobre a motivação do crime. A advogada do suspeito disse que já se encontrou com ele, mas o homem não está em condições de dar mais detalhes.
5. Qual o próximo passo
O inspetor Dourado está sob custódia da Polícia Militar, onde ficará em um local de segurança devido a repercussão do caso.
O próximo passo é uma audiência de custódia para falar sobre a legalidade da prisão. Essa reunião deve acontecer em Fortaleza ou em Sobral, que fica distante cerca de 137 quilômetros de Camocim.
6. Para onde foram as vítimas
Os corpos de Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda, Francisco dos Santos Pereira e Gabriel de Souza Ferreira foram levados para a Perícia Forense de Sobral.
Familiares foram ao local do crime para articular as transferências das vítimas e mais detalhes.
7. O que dizem as autoridades
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), lamentou as mortes. “Estou absolutamente consternado diante do trágico episódio ocorrido na Delegacia de Camocim, quando quatro policiais civis perderam a vida após ataque de um colega, segundo registro policial. Manifesto a minha solidariedade às famílias, amigos e profissionais da Segurança Pública do Estado. O Governo do Ceará dará todo o apoio necessário aos familiares das vítimas”, complementou o governador.
A Prefeitura de Camocim declarou luto oficial de três dias. A Polícia Civil lamentou o caso e o Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol) emitiu nota também: “Infelizmente famílias estão devastadas e destruídas, são filhos que não terão mais seus pais, esposas que não encontrarão mais seus maridos e mães, que nesse dia tão significativo, não terão mais seus filhos para abraçar, beijar”, lamentou a entidade.