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Mudança em escala de trabalho teria motivado ataque de sargento a base da PM que deixou dois mortos

Capitão Josias Justi (à esquerda) e sargento Roberto da Silva foram mortos a tiros por colega na base da Polícia Militar em Salto (SP) — Foto: Reprodução

O policial que invadiu a base da PM e matou colegas em Salto teria tido a escala de trabalho mudada tempos antes, coincidindo com os horários da esposa, que também é PM. Segundo a defesa, a mudança e problemas no ambiente de trabalho teriam motivado o ataque.

O advogado do policial, Rogério Augusto Dini Duarte, contou que uma das vítimas, o capitão Josias Justi da Conceição Junior, comandante da PM em Salto, trocou a escala de seu cliente, o sargento Gouveia. Com isso, a agenda acabou confrontando com a escala da esposa, que também é policial militar. Além disso, disse que o sargento se dizia “perseguido”.

“Isso é um dos fatores, existem outros mais complicados. Ele estava passando por situações complicadas dentro do próprio batalhão, que não eram apenas com o capitão e com o sargento, e agiu por impulso decorrente das situações”, afirmou o advogado, sem dar detalhes.

O casal é de Araçatuba (SP) e estava morando em Salto. Os dois têm filhos, sendo um deles ainda bebê.

Após o crime, o sargento Claudio Henrique Frare Gouveia se entregou e foi levado para o presídio militar Romão Gomes, na capital paulista, na terça-feira (16).

Após um mal-estar, a audiência de custódia que deveria ocorrer ainda na terça-feira foi adiada para esta quarta-feira (17).

Cerimônia de sepultamento
Os corpos do sargento Roberto Aparecido da Silva e do capitão Josias Justi da Conceição Junior, comandante da PM em Salto, foram enterrados na manhã desta terça-feira, no Cemitério Pax, em Sorocaba (SP).

Josias, de 39 anos, era casado e tinha dois filhos, de cinco e três anos. Já Roberto, de 52 anos, deixou a esposa e três filhos, de 29, 18 e 15 anos.

Vários policiais da região foram até o velório e o enterro para se despedir dos colegas. O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, o prefeito de Salto, Laerte Sonsin Júnior, e outras autoridades também participaram da cerimônia. A Prefeitura de Salto decretou luto oficial por três dias.

Investigação
Logo após a tragédia, o atirador se entregou e foi detido. Na madrugada desta terça-feira, ele foi levado para o Presídio João Romão, em São Paulo.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a corregedoria da corporação acompanha a investigação do crime para esclarecer o caso.

“É com extremo pesar que a Polícia Militar informa que nesta segunda-feira (15), por volta das 9h, dois policiais militares foram atingidos por disparos de arma de fogo efetuados por um Sargento da Instituição por razões ainda a serem esclarecidas. O crime ocorreu nas dependências da 3ª Companhia do 50º Batalhão de Polícia Militar do Interior (50º BPM/I), situada na cidade de Salto. Infelizmente, as vítimas entraram em óbito. Todas as providências de Polícia Judiciária Militar estão em andamento neste momento e a Corregedoria da Instituição acompanha as apurações”, completa a pasta.