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Droga apreendida em avião de igreja liderada por tio de Damares é avaliada em mais de R$ 4 milhões

Foram localizados dentro da aeronave 290kg de skunk, um tipo mais concentrado e valioso de maconha

Divulgação/PF

O avião onde a droga foi apreendida e a droga encontrada na aeronave, sobre o estofado

A investigação da Polícia Federal aponta que a droga encontrada em um avião pertencente à Igreja do Evangelho Quadrangular do Pará — liderada pelo ex-deputado federal e pastor Josué Bengtson, tio da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) — está avaliada em mais de R$ 4 milhões. A apreensão aconteceu em um hangar particular do Aeroporto de Belém no último sábado, quando foram localizados dentro da aeronave 290kg de skunk, um tipo mais concentrado e valioso de maconha.

Segundo a PF, o material ocupava quase todo o espaço interno da aeronave, exceto pelos assentos destinados ao piloto e um passageiro. “O forte odor indicava que o avião já estava carregado havia horas, no aguardo da decolagem”, diz a nota sobre o caso divulgada pela corporação.

Os dados do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) confirmam que o avião de prefixo PR-WYN pertence, de fato, à Igreja do Evangelho Quadrangular. Trata-se de um Bonanza G36 fabricado em 2011 pela empresa norte-americana Hawker Beechcraft.

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A aeronave foi adquirida pelos donos atuais em junho de 2020, ainda de acordo com as informações disponibilizadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Sites especializados no setor indicam que um modelo similar pode custar de R$ 3,5 milhões a R$ 10 milhões, a depender das condições e das horas de voo.

Habilitado para serviços aéreos privados, o avião da igreja está com a documentação regularizada, mas acabou apreendido na operação do último sábado. Paulo Bengtson, filho de Josué e também ex-deputado federal, relatou que a aeronave é usada há cerca de três anos para transportar pastores pelo Pará e para levar pessoas doentes em caso de necessidade.

PF contrapõe versão de Damares
Em texto enviado a jornalistas após o caso vir à tona, Damares Alves afirmou que “tomou conhecimento” da operação “através da imprensa”, na última segunda-feira. A senadora frisou que “entrou em contato com a família e foi informada de que a denúncia à Polícia Federal sobre uma carga suspeita carregada na aeronave foi realizada pelos responsáveis pelo avião, ou seja, pela própria Igreja”.

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Já a Igreja do Evangelho Quadrangular do Pará disse ter recebido “com surpresa” a notícia “do envolvimento do monomotor Bonanza, de sua propriedade, com carga não autorizada”. “Ao tomar conhecimento, imediatamente, a Igreja do Evangelho Quadrangular do Estado do Pará acionou a Polícia Federal, que efetuou a prisão de uma pessoa e apreendeu a carga”, informou o grupo religioso.

Segundo a Polícia Federal, porém, a operação ocorreu “a partir de informações de inteligência do Núcleo de Polícia Aeroportuária da PF”, sem qualquer informação sobre o suposto alerta por parte dos envolvidos. Fontes acrescentam que a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) já vinha monitorando a aeronave anteriormente.

De acordo com a PF, “soube-se que havia um carregamento de entorpecente com plano de voo a Petrolina”, em Pernambuco. “Minutos antes da decolagem, prevista para 7h30, o responsável pela droga foi abordado, enquanto caminhava do pátio à aeronave”, relatou a corporação.

A corporação não divulgou a identidade ou informações adicionais sobre o suspeito preso. O piloto da aeronave, que acabou apreendida, foi liberado pela PF, já que não foi constatada participação do profissional no crime.